No Brasil, estima-se uma incidência de nove casos de Esclerose Múltipla para cada 100 mil habitantes, conforme o Ministério da Saúde. Pensando nisso, nesta semana foi celebrado o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla para chamar a atenção sobre o diagnóstico, o tratamento e a convivência com a enfermidade que não há cura.
Segundo a pasta, a esclerose múltipla compromete o sistema nervoso central e atinge principalmente adultos jovens, entre 18 e 55 anos.
“A doença é autoimune, caracterizada pela desmielinização da bainha de mielina, envoltório das células nervosas por onde passam os impulsos elétricos que controlam as funções do organismo”, informou. Esse dano gera interferências nessa transmissão e diversas consequências para os pacientes, como alterações na visão, no equilíbrio e na capacidade muscular.
Ainda conforme o Mistério da Saúde, ela pode ser classificada em três formas principais, de acordo com a evolução da incapacidade e da frequência dos surtos. São elas: esclerose múltipla remitente-recorrente (EM-RR) — forma mais comum, representa 85% de todos os casos da doença, primariamente progressiva (EM-PP) e secundariamente progressiva (EM-SP).
O doutor Dagoberto Callegaro, chefe do Ambulatório de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, disse em reportagem publicada pelo portal da universidade, que doença pode ser diagnosticada de forma rápida por meio do exame de Ressonância Magnética do Neuroeixo.
“A característica de distribuição dessas lesões permite que a gente já comece a pensar na Esclerose Múltipla”, explica o especialista.
Segundo o texto publicado pela USP, se um indivíduo jovem do sexo feminino tem sintomas de visão dupla, faz o exame da Ressonância e identifica essa e outras lesões, é possível haver a confirmação da suspeita de Esclerose Múltipla.
O diagnóstico, além de identificar a condição e proporcionar um tratamento adequado, também é importante para afastar outras doenças semelhantes. Essa diferenciação pode ser feita através de outros exames, como a análise do líquido da espinha.
Após identificada, é necessário escolher entre os dois tipos de tratamento da doença, que dependem da quantidade de lesões. “Para uma expressão da doença de baixa em quantidade de lesões, é utilizada uma terapêutica denominada de escalonada. Pacientes com muitas lesões nos primeiros movimentos da doença possuem um quadro chamado de alta atividade”, discorre. A diferenciação dos grupos é importante, porque cada grupo recebe um tipo diferente de medicação.