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Investigação da Polícia Federal aponta mortes e tortura de crianças por policiais no Amazonas

A chacina ocorreu em agosto de 2020, em comunidades ribeirinhas e indígenas na região do rio Abacaxis

Lancha que teria sido utilizada em operação policial na região do rio Abacaxis

Vítimas metralhadas, tortura de criança e adolescente e asfixiamento com sacos plásticos. Isso foi o que indicou a investigação da Polícia Federal (PF) sobre uma chacina cometida por possíveis policiais militares no Amazonas. As informações foram reveladas pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (25).

Segundo a reportagem, a investigação listou oito homicídios. Entre eles: dois jovens indígenas mundurucus e um adolescente. Além disso, o relatório indicou quatro casos de tortura que não resultaram em mortes. Uma das vítimas seria um adolescente, torturado com perfurações de faca, na frente dos pais.

A PF ainda informou que houve ocultação de corpo, lesões corporais graves em três vítimas, duas delas crianças; e incêndio criminoso de três casas em uma aldeia e destruição de documentos e bens.

O que aconteceu

A chacina ocorreu em agosto de 2020, em comunidades ribeirinhas e indígenas na região do rio Abacaxis, entre os municípios de Nova Olinda do Norte e Borba.

Segundo a PM, a ação teve início após um secretário estadual tentar entrar em terra protegida da União, sem autorização, para pesca esportiva. Esse integrante do governo local alegou ter sido atingido por um disparo de arma de fogo e ameaçou dizendo que retornaria armado.

De acordo com a PF, depois disso, um grupo de policiais foi à região, sem uniformes e sem mandados de busca ou de prisão. Dois policiais foram baleados e morreram, e outros dois ficaram feridos.

Segundo a reportagem, a PM do Amazonas, desencadeou uma ação nas comunidades com o propósito oficial de combate ao tráfico de drogas. Porém o que houve, de acordo com a PF, foi uma ação de extermínio motivada por vingança.

O que diz o Governo do Amazonas

O Governo do Amazonas afirmou, por meio de nota enviada à Folha de S. Paulo, que colabora com a investigação.

“A Secretaria de Segurança Pública esclarece que a operação oficial da PM foi deflagrada depois que dois PMs foram assassinados a tiros no local por traficantes que subjugavam a comunidade”, disse. “Estamos colaborando com a investigação e temos certeza de que, ao final, a Justiça vai prevalecer.”

Indiciamento

Foram indiciados: um coronel da PM, um ex-secretário de Segurança Pública amazonense e um ex-comandante-geral da PM do estado. Conforme a PF, as investigações continuam para apurar condutas de quase 130 policiais militares e civis que participaram da operação.

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