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Médico responsável pela amputação do braço de passista será ouvido pela Polícia Civil

Alessandra dos Santos, de 35 anos, teve o braço amputado e o útero retirado após ser internada para retirar tumores benignos do útero

Passista teve braço amputado; Polícia Civil investiga negligência médica

O médico responsável pelo procedimento de amputação do braço de uma passista internada para retirar miomas do útero será ouvido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda nesta semana. O delegado Bruno Henrique, que supervisiona o caso, afirmou que outros profissionais de saúde do Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro - IECAC também serão ouvidos.

Após complicações em uma cirurgia para retirada de tumores benignos, Alessandra dos Santos, de 35 anos, teve o braço amputado e o útero retirado. As duas primeiras cirurgias foram realizadas no Hospital da Mulher de São João de Meriti, na baixada Fluminense, mas Alessandra foi encaminhada ao IECAC, na Zona Sul do Rio, por apresentar problemas vasculares.

“Eu já tive acesso ao prontuário médico do IECAC, o hospital de cardiologia. Vamos encaminhar os prontuários ao IML para uma consulta médica legal. Eu vou marcar o depoimento do médico responsável pela cirurgia da amputação do membro para quinta ou sexta-feira. Também pretendo ouvir ainda essa semana os médicos que participaram da terceira cirurgia da Alessandra no Hospital de São João de Meriti, na quinta ou na sexta”, afirmou o delegado de Polícia Civil.

Na terça-feira (26), o ginecologista Gustavo Machado, médico responsável pela cirurgia de retirada dos miomas prestou depoimento. O ginecologista disse que a retirada do útero de Alessandra ocorreu após uma hemorragia e que Alessandra precisou ser encaminhada para um hospital especializado em problemas vasculares após um problema no pós-operatório.

Entenda o caso

A cabelereira Alessandra dos Santos Silva foi internada no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Região Metropolitana do Rio, para retirar miomas no úteros (tumores benignos), no dia 3 de fevereiro. Uma semana depois do procedimento, a mulher teve o braço esquerdo amputado.

Alessandra, que também é passista da Grande Rio, procurou uma unidade de saúde em agosto de 2022 ao sentir dores e ter sangramentos. Exames indicaram que a mulher tinha miomas uterinos que precisavam ser retirados. Alessandra conseguiu agendar a cirurgia apenas para fevereiro deste ano.

Após a retirada dos miomas, os médicos detectaram uma hemorragia. A mulher foi submetida, na noite do dia 3 de fevereiro, à retirada completa do útero.

Dois dias depois, os familiares foram visitar a passista e perceberam que os dedos da mão esquerda estavam escuros e que os braços e pernas da mulher estavam enfaixados. No dia 6 de fevereiro, Alessandra foi transferida para o Instituto de Cardiologia Aloyzio de Castro, em Botafogo, na zona sul do Rio. O braço esquerdo já estava totalmente escuro e precisou ser drenado.

A drenagem não deu certo e a passista teve o braço amputado no dia 10 de fevereiro para evitar um agravamento da necrose. A paciente ainda teve outras complicações após a retirada do membro - o rim e o fígado pararam de funcionar. Alessandra melhorou alguns dias depois e teve alta no dia 15 de fevereiro.

A mulher ainda precisou ir para o Hospital Municipal Souza Aguiar tratar uma infecção nos pontos da primeira cirurgia. A família de Alessandra registrou Boletim de Ocorrência e o caso é investigado pela Polícia Civil e Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

A escola de samba Acadêmicos do Grande Rio emitiu uma nota, por meio das redes sociais, se solidarizando com a vítima. A agremiação disse que está acompanhando o caso da passista e unirá esforços para conseguir justiça para Alessandra.

Maria Clara Lacerda é jornalista formada pela PUC Minas e apaixonada por contar histórias. Na Rádio de Minas desde 2021, é repórter de entretenimento, com foco em cultura pop e gastronomia.


Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.