Uma escola da rede municipal de ensino fundamental da cidade de Capão da Canoa, no Rio Grande do Sul, proibiu a partir dessa segunda-feira (12) que as alunas usem roupas curtas. A determinação foi enviada através de um bilhete aos pais que dia: “Fiquem atentos às roupas de suas filhas, pois a partir de segunda-feira (12/9), não será permitido a entrada de roupas inapropriadas como: shorts, miniblusas, tops, croppeds... Att, Direção”.
A decisão, que não agradou aos pais, repercutiu em jornais locais após uma mãe encaminhar o bilhete ao portal GZH.
“Este bilhete foi entregue para alunos de 12 anos dessa escola. E ainda falaram em sala de aula que as meninas não poderiam ir de cropped nem de shorts porque os meninos estavam passando a mão na bunda das meninas. Ou seja, em vez de cobrar dos meninos o respeito, estão punindo as meninas pelas roupas que usam. Se a escola não tem uniforme, eles não têm autoridade de dizer como as crianças devem se vestir.
A secretária municipal de educação de Capão da Canoa, Raquel Goldani, informou ao jornal que a orientação da escola foi uma forma de orientar as alunas para que evitem roupas curtas nas dependências da escola.
“Começa a esquentar aqui no Litoral e as meninas realmente começam a ir de miniblusa, de short para as escolas. Então, foi só na forma de uma orientação para evitar esse tipo de roupa na escola. Não que tenha algum menino ou alguém se passando. É só uma questão de ir com uma roupa mais apropriada para a escola. Foi só solicitado para os pais orientarem as filhas, as meninas, no caso, neste sentido da roupa adequada para a escola para evitar maiores complicações.”
A postura adotada pela instituição de ensino não foi vista com bons olhos por profissionais como psicanalistas, professoras psicólogas que criticaram a forma e o conteúdo do bilhete. Na visão praticamente unânime das profissionais, a proibição é machista, autoritária e vai na contramão sobre o respeito às mulheres e a igualdade de direitos.