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Melhoramento genético de banana e maracujá é debatido em congresso de plantas

Tema foi debatido no último dia do 13º Congresso de Melhoramento de Plantas

Brasil é o maior produtor e o maior consumidor de maracujá

O melhoramento genético de frutíferas foi um dos temas abordados no último dia do 13º Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas, realizado de 2 a 5 de setembro, em Luís Correia (PI). Pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura e da Embrapa Cerrados apresentaram as atualizações e as perspectivas do trabalho que vem sendo realizado com a banana e com o maracujá.

O pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Edson Amorim, trouxe para os congressistas um panorama sobre o programa de melhoramento da banana realizado pela empresa. O Brasil é o quinto maior produtor da fruta e possui relevância para o agronegócio do país.

Amorim enfatizou que o grande desafio global é a forma mais grave da murcha de Fusarium, a raça 4 tropical (R4T). “Todas as cultivares usadas pelos produtores são suscetíveis à doença. O Fusarium é um tanque de guerra, que causa danos a diversas culturas e a genética é a principal arma contra ela”, afirmou o pesquisador.

Embora a R4T ainda não tenha chegado por aqui, já está causando prejuízos a produtores em países que fazem fronteira com o Brasil. Duas cultivares desenvolvidas pela Embrapa, a BRS Princesa (banana maçã) e a BRS Platina (banana prata), foram testadas e mostraram-se resistentes à doença.

Melhoramento genético do maracujá

O Brasil é o maior produtor e o maior consumidor de maracujá, que é cultivado em todas as regiões do país. Sementes, folhas, casca e flores são utilizados por indústrias de diversos setores: da alimentação aos cosméticos. O pesquisador da Embrapa Cerrados, Fábio Faleiro, apresentou o programa de melhoramento genético da fruta, abordando a diversidade de espécies e os desafios tecnológicos.

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Assim como os produtores de grãos, quem cultiva maracujá também é prejudicado com a venda de sementes piratas. “Quem usa genética certificada tem uma produtividade muito maior”, explicou Faleiro.

O pesquisador também acredita que o melhoramento genético do maracujá é um grande fator de inclusão socioprodutiva para pequenos agricultores. Ele exemplifica com a BRS Sertão Forte, uma cultivar que apresenta boa adaptação à escassez de água e boa produtividade.

*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.