A produção de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro deve ser menor do que o inicialmente previsto. De acordo com a segunda reestimativa da
O número representa uma queda de 3,9% em relação à primeira reestimativa, de setembro (306,74 milhões de caixas), e uma redução de 6,3% em comparação com a estimativa inicial de maio (314,60 milhões de caixas).
Escassez hídrica e greening reduzem produção
As duas principais razões para a revisão para baixo são o menor tamanho dos frutos, devido à prolongada escassez de chuvas, e a elevação da projeção da taxa de queda de frutos, que saltou de 22% para 23%.
“A combinação entre clima desfavorável e incremento da severidade média do
Efeito do clima: frutos mais leves
Segundo a Fundecitrus, o clima foi um fator decisivo. De maio a novembro de 2025, a precipitação média acumulada no cinturão citrícola foi de apenas 392 milímetros, o que representa 20% a menos do que a média histórica (489 mm). Regiões como Triângulo Mineiro e Bebedouro registraram déficits hídricos ainda maiores, de 47% e 40%, respectivamente.
A escassez de chuvas, que se prolongou por conta de um setembro atípico — com apenas 20 mm de precipitação média (70% abaixo da média) — afetou o desenvolvimento das frutas colhidas no período. Como resultado, o peso médio dos frutos de todas as variedades deve ser 4 gramas menor do que o projetado em setembro.
O número médio de laranjas necessárias para completar uma caixa de 40,8 kg subiu de 258 para 265 frutos.
As variedades mais impactadas pela diminuição de tamanho foram a Valência e Folha Murcha, que passaram de 235 para 248 frutos por caixa, e a Pera, que foi de 261 para 267 frutos por caixa.
Ameaça do Greening: taxa de queda aumenta
O aumento da projeção de queda de frutos, de 22% para 23%, é impulsionado principalmente pelo avanço do
O diretor Juliano Ayres destacou o impacto da doença: “Hoje, 26,5% das laranjeiras com greening apresentam sintomas em mais de 75% da copa. Quando esse alastramento do greening pelas copas das árvores se junta ao déficit hídrico, a taxa de queda de frutos tende a aumentar”.
Outros fatores que contribuíram para a queda foram os ventos fortes atípicos registrados em setembro (com rajadas de 50 a 90 km/h) e o ritmo de colheita, que manteve os frutos mais tempo nas árvores para atingir a maturidade ideal.
A Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) é realizada pelo Fundecitrus em parceria com o professor titular (aposentado) da FCAV/Unesp, José Carlos Barbosa.