Ouvindo...

Impacto do tarifaço é pequeno no setor sucroenergético, afirmam líderes na Megacana360

Maior feira do setor foi realizada em Campo Florido, no Triângulo Mineiro

Megacana também reuniu líderes e profissionais da inovação e tecnologia

A maior feira do setor sucroenergético de Minas Gerais, a Megacana360 reuniu diversas entidades do agro, líderes de empresas e produtores de várias regiões nesta quarta-feira (6) e quinta (7). O evento é realizado em Campo Florido, no Triângulo Mineiro.

Durante o evento especialistas também debateram o cenário atual com a tarifa de 50% sob produtos brasileiros aos Estados Unidos, anunciada por Donald Trump. A medida entrou em vigor nesta quarta-feira (6).

Em entrevista à Itatiaia, a economista Zeina Latif analisa que o Brasil pode não ser tão afetado. “Nós temos condições de navegar esse período melhor que a média dos países, não somos tão dependentes da economia norte-americana. Claro que alguns setores são afetados mas ainda tem negociações pela frente”, contou.

“Eu vejo o Brasil um país que ano após ano vem crescendo. Não tem uma crise dobrando a esquina, tem que ter bom senso na gestão dos recursos mas não pode deixar de investir”, analisa Latif.

O diretor de inteligência setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), Luciano Rodrigues também analisou o setor sucroenergético do Brasil.

“O setor não é um dos mais impactos, nossa exportação de etanol para os EUA é um volume muito pequeno, a exportação de açúcar a gente também atende algumas cotas do país norte-americano mas em termos de volume não é grande”, explica.

“Mas tem uma discussão a cerca da tarifa de importação do etanol dos EUA. O Brasil usa a tarifa do Mercosul, o etanol brasileiro é o que tem menor nível de emissão de gases do efeito estufa então o impacto imediato é reduzido perto de outros setores”, contou Rodrigues à Itatiaia.

Tecnologia e inovação

A Megacana também reuniu líderes e profissionais da inovação e tecnologia no agronegócio brasileiro.

“No que diz respeito à energia renovável, o mundo todo é dependente do Brasil, e aqui nós temos a principal matriz energética com o nosso etanol, um etanol verde, vindo da nossa cana de açúcar. Também na produção de açúcar, alimentando todo o mundo é bastante gratificante a gente poder contribuir com a produção sucroenergética”, disse Anderson Guerra, Gerente de Marketing Regional Corteva, multinacional norte-americana de produtos químicos agrícolas e sementes.

À Itatiaia, Juliano Ferreira, da Axis, empresa de tecnologia contou sobre a importância da tecnologia para o agro. “Através da tecnologia você consegue melhorar a aplicabilidade e trazer o foco da agricultura regenerativa: trazer para a natureza o que é da natureza. Regenerar o solo, toda a estruturra onde a cultura está fixada, no caso a cana. Melhorar a microbiologia do solo, que ajuda na fisiologia da planta, no controle de pragas”, explica.

Ferreira também falou sobre a importância de desmistificar o “alto custo” da agricultura regenerativa. "É um o investimento que você não pode olhar de imediato e sim de médio a longo prazo. Um solo bem cuidado vai trazer uma produtividade maior e consequentemente maior lucro para o produtor”.

Leia também

Fabiano Frade é jornalista na Itatiaia. Cobre as pautas de cidades e geral, com dedicação especial à Central de Trânsito. Antes da rádio de Minas, passou pela Rádio Band News FM e também pela BTN, onde cobriu o trânsito para várias rádios de BH e Brasília.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde