O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu mais de 7 mil cabeças de gado em áreas embargadas por
Ao todo, foram inspecionados 20 imóveis rurais nos municípios de São Félix do Xingu, Pacajá e Rondon, todos líderes em desmatamento. Como resultado, foram aplicados R$ 22 milhões em multas por descumprimento de embargo e impedimento da regeneração da vegetação. Além disso, os 7.061 animais apreendidos, avaliados em aproximadamente R$ 30 milhões, deverão ser retirados das áreas embargadas pelos proprietários no prazo de 30 dias.
A fiscalização alcançou também os frigoríficos. Dezesseis foram inspecionados e seis autuados em R$ 4 milhões pela compra direta de 8.172 cabeças de gado de áreas embargadas. Outros 12 frigoríficos foram notificados e estão sob investigação por aquisição de gado suspeito, triangulado com fazendas “limpas” para disfarçar a origem ilegal.
A operação revelou ainda indícios de “lavagem de gado”: animais de áreas ilegais eram transferidos para propriedades sem embargo para receber novas Guias de Trânsito Animal (GTAs), criando aparência de legalidade antes de serem repassados a frigoríficos exportadores.
Além das medidas administrativas, todas as irregularidades foram encaminhadas ao Ministério Público Federal (MPF) para responsabilização civil e criminal dos envolvidos. As investigações da Operação Carne Fria 3 tiveram início em março de 2025 e integram o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
Durante as análises, o Ibama identificou mais de 2,1 mil hectares de floresta suprimida ilegalmente, que deveriam estar em recuperação, mas estavam sendo utilizados para a pecuária. “Produzir, vender ou comprar gado dessas áreas embargadas é crime ambiental, e os responsáveis foram autuados”, disse o instituto em nota.
Números da Operação Carne Fria 3:
- 7.061 cabeças de gado apreendidas (R$ 30 milhões);
- R$ 49 milhões em multas aplicadas;
- 2,1 mil hectares embargados usados ilegalmente para pecuária;
- 20 imóveis rurais fiscalizados em São Félix do Xingu, Pacajá e Rondon;
- 6 frigoríficos autuados (R$ 4 milhões);
- 12 frigoríficos notificados.
O Ibama afirma que a maior parte do desmatamento que ocorre na Amazônia é ilegal, pois não há autorização prévia para a supressão da vegetação, como exige o Código Florestal (