EUA perdem liderança mas seguem comprando carne bovina do Brasil: entenda

12,9 mil toneladas de carne brasileira foram exportadas aos norte-americanos em outubro

De janeiro a outubro, as vendas de carne bovina para os EUA somaram 232 mil toneladas

Apesar do “tarifaço” por parte dos Estados Unidos, que resultou em uma retração nos embarques de carne bovina brasileira nos últimos três meses, o país norte-americano continua sendo um grande destino para o agronegócio nacional. A medida, em vigor desde agosto, fez com que os volumes mensais caíssem de 9,3 mil toneladas naquele mês, para 9,9 mil toneladas em setembro, e 12,9 mil toneladas em outubro, um patamar inferior aos meses anteriores.

Ainda que as tarifas tenham provocado a queda recente nos embarques, o Brasil mantém as exportações para os norte-americanos. A medida é sustentada pela competitividade e regularidade da carne bovina brasileira no mercado global.

De janeiro a outubro, as vendas de carne bovina para os EUA somaram 232 mil toneladas. Este volume representa um crescimento notável de 45% em relação ao mesmo período de 2024 (quando foram exportadas 160 mil toneladas) e um aumento de 38% em valor.

O montante exportado nos 10 primeiros meses de 2025 já superou o total vendido em todo o ano passado (229 mil toneladas), consolidando o ano como um recorde para o mercado.

EUA perdem liderança, mas seguem no top 3

Apesar do volume expressivo, a China e a União Europeia demonstraram uma demanda ainda maior, fazendo com que os Estados Unidos perdessem a liderança e figurassem como o terceiro maior comprador de carne bovina brasileira no acumulado do ano.

Mesmo com as oscilações causadas pelas barreiras tarifárias, o mercado americano se reafirma como um parceiro estratégico.

Solução com EUA é prevista em até 60 dias

A indústria exportadora de carne bovina do Brasil demonstra otimismo e projeta a solução para as tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos em um prazo de até 60 dias. A expectativa foi revelada por Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), em entrevista à CNN Brasil no início do mês.

O avanço nas negociações ocorre após o encontro recente entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, realizado em 26 de outubro, em Kuala Lumpur, na Malásia, à margem da cúpula da ASEAN.

Além da carne bovina, o Brasil também busca a redução de tarifas para outros produtos-chave, como o café, do qual os EUA são o maior consumidor mundial.

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde

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