Com temperaturas de 34°C, uma vaca foi flagrada invadindo uma piscina na quarta-feira (5). O fato foi registrado em Içara, no interior de Santa Catarina e mobilizou moradores locais e o Corpo de Bombeiros para o resgate.
O vídeo viralizou nas redes sociais com vários comentários descontraídos de internautas. No entanto, o registro leva a uma reflexão importante sobre os
A onda de calor que atuou na última semana impôs diversos desafios aos animais, quanto à manutenção da temperatura corporal, frequência respiratória e parâmetros produtivos e reprodutivos.
Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), quando há combinação entre temperaturas elevadas e alta umidade relativa a situação pode piorar ainda mais. Nas criações de bovinos, a ocorrência de dias de calor extremo requer o monitoramento constante do rebanho.
Cuidados
A identificação precoce de animais em condições de estresse térmico permite ações pontuais, para a reversão desse quadro crítico, promovendo o conforto e bem-estar dos animais.
Para o zootecnista e pesquisador da Epamig, Adriano de Souza Guimarães, algumas medidas refletem positivamente na produção e rentabilidade, mas alerta que, em muitos casos, essas intervenções não são possíveis devido a necessidade de infraestrutura mínima, cuidados específicos e planejamento.
Outra medida é a adoção do manejo de banho em salas de resfriamento para vacas leiteiras, uma realidade em muitos empreendimentos pecuários. O pesquisador também reforça a necessidade de alternar ciclos de aspersão de água com ventilação para evaporar a água, secando os animais.
‘Bezerros recém nascidos e lactentes em fases iniciais também são suscetíveis a diferentes estresses. Nos períodos quentes, como na estação do verão, recomenda-se que esses animais sejam protegidos das condições de exposição prolongada de sol ou tenham a chance de se esconder da ação direta dos raios solares. A água servida aos bezerros deve estar à disposição desde o primeiro dia de vida’, pontua Adriano.
As vacas de alta produção sofrem mais com o calor quando comparadas a animais de menor capacidade leiteira. Pelo fato de produzirem mais leite, ingerirem maior quantidade de alimento, possuem metabolismo mais elevado e geram maior calor endógeno, portanto, são mais suscetíveis a entrarem em estresse térmico, sobretudo nas regiões mais quentes.