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Queijo da Microrregião Serro conquista selo de qualidade e identificação geográfica

Selo confere registro de autenticidade e origem, assegurando que o queijo foi fabricado de acordo com as tradições locais; faturamento dos que já estão utilizando o selo aumentou 30%

Microrregião do Serro fortalece sua identidade e resgata sua história através da tradição e qualidade de seu QMA

Produtores de Queijo Minas Artesanal (QMA) da microrregião do Serro concluíram o processo de Identificação Geográfica, por meio de um projeto denominado Agentes Locais de Inovação (AlI), coordenado pelo Sebrae Minas. Eles se reuniram, na semana passada, em Sabinópolis, para comemorar a conquista. Ao todo dez produtores receberam o selo. Desse total, seis já estão utilizando e ganharam em valor agregado e acesso a novos mercados. Para se ter uma ideia, em 2024, o faturamento médio anual dos seis produtores que já utilizam o selo aumentou em 30%, se comparado com o ano de 2023.

O selo confere um registro de autenticidade e origem, assegurando que o queijo seja fabricado de acordo com as tradições locais. A ação contou com a parceria do Sistema Faemg Senar que, juntamente com APAQS – Associação dos Produtores de Queijo da Microrregião do Serro, Emater-MG e prefeituras locais, orientou os produtores sobre a importância e os processos envolvidos na obtenção da identificação geográfica.

O Programa ALI integra uma série de ações realizadas pelo Sebrae Minas, desde 2015, com os produtores de queijo do Serro. O objetivo é promover o desenvolvimento da região por meio da valorização do produto, e da melhoria da renda e qualidade de vida dos produtores. Kele Vespermann, analista Sebrae Minas, explicou que são ofertadas capacitações e orientações gerenciais para que alcancem melhores resultados, e geradas oportunidades de negócios em toda a cadeia produtiva associada ao queijo, principalmente, nas atividades ligadas ao turismo e à gastronomia.

“Em 2018, em parceria com a Associação dos Produtores Artesanais de Queijo do Serro (Apaqs), foi lançada a marca coletiva da Região do Serro, que expressa a cultura, a tradição, a culinária e a história colonial da região, contribuindo para unir ainda mais produtores e gerar senso de pertencimento. A marca é a tradução da estratégia de posicionamento de uma região, que expressa a sua identidade e que contribui com o seu desenvolvimento econômico, por meio de uma diferenciação sustentável e relevante de seus produtos e serviços”.

Rota Turística do Queijo será lançada em Gramado

Entre os dias 7 e 10 de novembro, durante a Feira Internacional de Turismo (Festuris), em Gramado (RS), o Sebrae Minas, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), vai lançar a Rota Turística do Queijo do Serro. Kelle contou que, dos produtores que receberam o selo, quatro estão contemplados na rota, tendo sido capacitados para receber turistas e promover turismo de experiência dentro das propriedades. Ela explicou que a Festuris foi escolhida para o lançamento por uma questão estratégica: é a maior feira de turismo da América Latina e é onde as grandes agências compram esses pacotes.

Para Barroso, IG aproxima produtor e comprador

Frank Barroso, presidente da Comissão Técnica do QMA da Faemg, explicou que, com o selo de IG, os consumidores poderão rastrear a origem do queijo desde sua produção até à prateleira, reforçando a qualidade e o valor cultural do produto, que já é reconhecido como Patrimônio Imaterial de Minas Gerais e do Brasil.

Segundo ele, a identificação geográfica aproxima o consumidor do produtor, oferecendo um queijo de alta qualidade, com rastreabilidade por meio de QR Code na embalagem. “Este projeto permite que cada queijo seja rastreado, mostrando ao consumidor que ele tem em mãos um produto autêntico, único e de nossa região”, disse Frank.

Na opinião dele, com o sucesso do projeto “AlI” e a adesão de tantos produtores locais, “a microrregião do Serro fortalece sua identidade e resgata sua história através da tradição e qualidade incomparável de seu Queijo Minas Artesanal, agora com a segurança e o reconhecimento da Identificação Geográfica”.

Preservação da Tradição e Valorização do Produtor

Para Raimundo Nonato Santa Rita, produtor de Queijo Minas Artesanal e secretário da APAQS, o selo de IG é vital para preservar a história e agregar valor ao trabalho dos produtores. “A IG é a preservação de mais de 300 anos de tradição na produção de queijo. Ela garante a qualidade e a autenticidade do Queijo Minas Artesanal da nossa região, valorizando cada produtor e sua história.” Ivaci dos Santos, produtor de QMA, enfatizou a importância da IG para a valorização do turismo e do produtor rural. “Com o selo de garantia, o queijo com IG valoriza nossa região”.

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Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.