O aumento das ocorrências de vírus e seus vetores (
A pesquisadora e virologista Alice Nagata e sua equipe, da Embrapa, participam de eventos, aumentando as discussões sobre o assunto. Um desses eventos será no dia 27/07 em São Paulo, no qual Nagata participa de reunião na Ceagesp, sob organização da Syngenta, onde profere a palestra “Atualização técnica sobre o geminivírus”, voltado ao público formado por produtores de tomate para consumo fresco.
O mesmo tema será replicado no encontro com produtores de tomate para processamento em Cristalina (GO), em 30/07, uma iniciativa do Instituto de Pesquisa Agrícola do Cerrado (Ipacer), que promove um Dia de Campo em Luziânia (GO).
Nos dois eventos, o foco de manejo de virose será em begomovírus (transmitidos por moscas-brancas) – um dos mais importantes grupos de patógenos para o tomateiro na atualidade. A pesquisadora também abordará a questão do crescimento da incidência do Topo Crespo. A doença vem ganhando importância e é causada por um vírus emergente, conhecido como Brazilian curly top vírus (BraCVT).
“Transmitido por cigarrinhas, o seu agente causal é também um geminivírus, o que aponta para uma nova dinâmica epidemiológica”, segundo a pesquisadora, ainda há necessidade de entender melhor essa doença, o comportamento de seu vetor e quais as práticas de manejo mais adequadas.
Agravamento
De acordo com Nagata, a oferta de híbridos comerciais com resistência moderada a begomovirose, o domínio de práticas gerais de manejo e a baixa pressão de moscas-brancas entre 2015 e 2020 podem ter levado a uma sensação de controle da virose. “Entretanto, nos últimos anos constatou-se o crescimento de populações de vetores e, com a escassez no mercado de sementes de cultivares resistentes, verificou-se uma explosão de ocorrência da begomovirose em diversas regiões de produção, tanto para consumo fresco como para processamento”.
A pesquisadora ainda afirma que as ocorrências mais severas de begomoviroses têm sido registradas nos grandes polos de produção de tomate, como São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e Paraná. “Nessas regiões, combinaram fatores como condições climáticas favoráveis ao vetor, produção continuada e, por vezes, uso limitado de cultivares resistentes, que contribuíram para a gravidade dos surtos epidêmicos”, aponta.
Enfrentamento
A pesquisa tem atuado em várias frentes para combater o problema das geminiviroses, a exemplo do estudo das doenças, dos reservatórios virais e da ecologia dos vetores; identificação dos vetores envolvidos na transmissão de novos vírus; desenvolvimento de cultivares com resistência genética; monitoramento das populações da mosca-branca e dos isolados virais em campo; e investigação de novas tecnologias, como produtos indutores de resistência, entre outras.
“Essas ações de pesquisa e manejo são voltadas à tomaticultura como um todo, envolvendo tanto o tomate para mesa quanto o tomate industrial, embora as estratégias possam variar conforme o tipo de cultivo, escala de produção e características regionais”, anota a pesquisadora.