Apesar de proibido, bronzeamento artificial ainda é popular no Vale do Aço

Alerta da OMS: estudo revela riscos graves no uso de câmaras de bronzeamento artificial

Clínicas de bronzeamento são comuns no Vale do Aço

Em um estudo envolvendo 20 especialistas, a Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), aumentou o nível de alerta para os perigos associados ao bronzeamento artificial. Conforme os resultados do estudo, o risco de desenvolver câncer de pele cresce em cerca de 75% quando a utilização dessas câmaras tem início antes dos 30 anos.

Além disso, as lâmpadas utilizadas nessas câmaras aceleram o envelhecimento da pele, enquanto a exposição excessiva danifica o DNA das células, aumentando a proliferação de células associadas ao melanoma. No Brasil, embora a Anvisa tenha proibido o uso dessas câmaras desde 2009, algumas clínicas persistem em desconsiderar as recomendações.

Beatriz Lima, historiadora de 26 anos, compartilhou sua experiência desastrosa com o bronzeamento artificial: “Fiquei 10 minutos na cabine, meu olho ardeu por duas semanas, minha cabeça doía tanto. Mandei mensagem para a dona de lá, perguntando se era normal, e ela disse que sim, mas eu estava muito mal. Ela me indicou uma pomada, mas mesmo assim eu troquei de pele, igual cobra.”

Na última segunda-feira, dia 2 de janeiro, a Vigilância Sanitária de Viçosa, município situado na zona da mata de Minas Gerais, interditou três câmaras de bronzeamento artificial. Essa medida se alinha a diversas outras tomadas por municípios em todo o Brasil.

Em contato com a Vigilância Sanitária de Ipatinga, questionamos sobre possíveis regras municipais específicas em relação à proibição nacional da Anvisa sobre o uso dessas máquinas. Roberto Salgado, gerente da Vigilância Sanitária, afirmou que a inspeção regular dos estabelecimentos é prática comum. “Realizamos periodicamente fiscalizações em estabelecimentos vinculados a esse segmento, garantindo o cumprimento da Lei Federal RDC 56 de 2009. Em caso de irregularidades, orientamos os regulados, os empresários e até mesmo os consumidores a se atentarem a essas legislações, compatibilizando a legislação federal com a do município.”

Em Ipatinga, algumas clínicas de bronzeamento são populares, acumulando milhares de seguidores em redes sociais. Contatamos alguns desses estabelecimentos, mas os proprietários não se dispuseram a comentar sobre a posse de alvará de funcionamento ou se os clientes são informados dos riscos.

Por meio de mensagem de aplicativo, a dona de uma clínica minimizou os riscos, afirmando que a radiação da máquina é controlada, ao contrário do sol. Vale ressaltar que a radiação da máquina não é controlada, sendo este um dos principais motivos que levaram a Anvisa a proibir seu uso. A declaração da dona do estabelecimento vai contra às evidências científicas e ao alerta global da OMS sobre os perigos do bronzeamento artificial.

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