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Serra do Curral pode ter área de tombamento alterada ainda neste ano

O IPHAN analisa pedido de alteração do tombamento para impedir expansão da mineração no cartão postal de Belo Horizonte

Serra do Curral

A Serra do Curral, em Belo Horizonte, pode ter a área de tombamento alterada ainda neste ano, segundo o presidente do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico Nacional, Leandro Grass. A declaração foi dada ao podcast Abrindo o Jogo. O órgão analisa um pedido de alteração da área que tem como objetivo impedir a expansão da mineração no pico Belo Horizonte que já é tombado pelo patrimônio histórico.

O resultado deve ser divulgado até o final do ano. “Já chegou ao IPHAN, pedido de reratificação do tombamento do Pico do Horizonte, da Serra do Curral, que prevê alterações na área tombada e também, por consequência, na área de entorno. Então, está lá no departamento de patrimônio material para ser analisado, leva um curso, leva um tempo, porque são análises técnicas, não são análises meramente discricionárias do diretor ou do próprio presidente. A gente tem um prazo, estimativa de 90 dias para ter um posicionamento. Até o final do ano, certamente, a gente tem um posicionamento”, afirmou o gestor.

Sintonia

Ainda segundo o presidente do IPHAN, há sintonia entre os órgãos federal, estadual e o município. “Está boa a conversa, o IEPHA e o IPHAN sempre tiveram uma parceria muito interessante nessa estratégia de preservação dos bens culturais em Minas Gerais, a gente tem procurado também criar um canal com a Prefeitura de Belo Horizonte, já estive lá com o prefeito, já estive com a Câmara de Vereadores, já estive com os secretários. Assim, para nós, falando como Governo Federal, não importa a legenda, a identidade partidária de quem está governando, quem está governando foi eleito, então a gente quer conversar com todo mundo”, declarou.

Risco

Apesar de a avaliação estar em andamento, Leandro Grass já adiantou que as atividades na Serra do Curral podem colocar o cartão postal em risco. “Quando a gente altera o tombamento, não altera porque IPHAN quer, a gente altera porque existem razões culturais, razões de memória, razões técnicas que esse justificam aumento ou diminuição de áreas tombadas. É possível, às vezes, diminuir também, não só largar. Por exemplo, a gente pode ter, às vezes, uma área de entorno muito pequena porque os impactos ao redor não vão ser suficientes para colocar o bem em risco. Quando a gente fala do Pico Belo Horizonte, é, sim, um bem importante porque as ações ao redor do Pico Belo Horizonte podem colocá-lo em risco. Então, seja ela de mineração ou de ocupação imobiliária, de construção civil, tem que ter muita prudência para que esse bem cultural não seja colocado em risco”.

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.