Ausente em debate mais uma vez, Zema vira alvo fácil de adversários

Campanha do governador alegou que ele cumpriu agendas de campanha neste sábado e que não concordou com regras do debate

Púlpito onde ficaria Romeu Zema ficou vazio com ausência do governador

Líder nas pesquisas de intenção de voto para o Governo de Minas, mas ausente - mais uma vez - em um debate entre os candidatos, o governador Romeu Zema (Novo) se tornou alvo prioritário de seus adversários no debate da TV Alterosa deste sábado (17).

Zema foi criticado por Alexandre Kalil (PSD), Carlos Viana (PL), Marcus Pestana (PSDB) e Lorene Figueiredo (PSOL) em diversos âmbitos de seu governo, como combate ao feminicídio, investimento em saúde e a construção do Rodoanel metropolitano.

No primeiro bloco do debate, jornalistas do grupo Diários Associados fizeram perguntas a um candidato e pediam comentários para outro. O primeiro assunto abordado foi o alto índice de feminicídios em Minas Gerais - que faz com que o estado seja o líder no ranking desse tipo de crime.

Kalil disse que o problema do feminicídio não é de segurança pública, mas de comando e de filosofia do governo.

“Temos um governador que falou que bater em mulher é um instinto humano. É isso que temos que combater”, disse em referência a uma declaração de Zema, em 2020, durante o lançamento de um programa de combate ao feminicídio. Kalil tem explorado em sua campanha a declaração do governador que disse, na ocasião, que a opressão contra a mulher "é meio que instinto natural do ser humano”.

Em seguida, o tema abordado foi o combate à pandemia - o que rendeu críticas do candidato Marcus Pestana à condução do governo federal e defesa por parte de Carlos Viana da conduta do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à covid-19. No entanto, o senador, que está em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto aproveitou para alfinetar Zema.

“Prefeitos me pediam socorro lá em Brasília, porque a secretaria de saúde não tinha resposta”, afirmou.

Zema também foi cobrado pela falta de investimentos na saúde. Pestana disse que, como secretário de Estado de saúde, deixou “engatilhada” a construção de seis hospitais regionais que foram paralisadas pelas duas últimas gestões.

A candidata Lorene Figueiredo, por sua vez, disse que Minas Gerais teve o 19º investimento em saúde entre todos os estados brasileiros, inclusive durante a pandemia e que o governador Romeu Zema “não conseguiu nem cumprir os 12% constitucionais” de investimento na área.

A candidata do PSOL também criticou o projeto de construção do Rodoanel Metropolitano e disse que, se for eleita, a proposta será revista.

“A política do [partido] Novo é a velha política, do acordo entre amigos, da quase S.A que é feita do estado de Minas Gerais. O que temos não é eficiência, não seria jogo de interesses?”, questionou. “Será que é por isso que ele não vem aos debates?”, completou.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.

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