A Benetton, a icônica marca de moda italiana, está enfrentando uma de suas piores crises. Fundada em 1965 em Treviso, ela já foi um símbolo de design, sustentabilidade e campanhas publicitárias audaciosas, sob o slogan “Todas as cores do mundo”. Por décadas, foi uma referência global de moda acessível e com identidade própria.
No entanto, a empresa não conseguiu se manter competitiva diante do crescimento avassalador do fast fashion e acabou perdendo sua relevância. Somam-se a isso anos de má gestão, decisões questionáveis e problemas financeiros que resultaram agora no fechamento massivo de lojas em todo o mundo.
A marca italiana está em um momento crítico que marcará um antes e um depois de sua presença na Espanha. Depois de registrar perdas de 230 milhões de euros em 2023 e outros 100 milhões em 2024, a empresa iniciou um plano de reestruturação que inclui o fechamento de 31 lojas no país, cinco delas na Comunidade Valenciana.
Onde serão os fechamentos?
Na Comunidade Valenciana, a medida afetará duas lojas na capital, Valência, uma em Alfafar e outra em Gandía. Na província de Castellón, fecharão as portas as lojas de Vinaròs e da própria cidade de Castellón. Em Alicante, o fechamento atingirá a loja de Calpe. Com essa decisão, 15% dos estabelecimentos da marca na Espanha deixarão de operar.
O ajuste faz parte de um Plano de Regulamentação de Emprego (ERE) que busca reduzir custos e reorganizar a rede de vendas. Segundo a empresa, o objetivo é otimizar recursos e concentrar a presença física em mercados estratégicos, enquanto reforça a venda online.
Como a marca planeja se reinventar?
O novo plano, liderado pelo CEO Claudio Sforza, prevê o fechamento de cerca de 500 lojas em todo o mundo e uma virada estratégica para o comércio eletrônico. A meta é recuperar a competitividade em relação a gigantes como a Inditex.
O plano de Sforza busca reposicionar a Benetton como uma alternativa ao fast fashion, valorizando peças de qualidade com um foco sustentável. A empresa destaca que sua produção minimiza o desperdício, o consumo de energia e o uso de produtos químicos nocivos, alinhando-se ao seu manifesto “The beautiful change” (“A bela mudança”).
No entanto, o desafio é imenso. A perda de competitividade e a mudança nos hábitos de consumo obrigam a marca a acelerar sua transformação digital e a se adaptar a um mercado onde a agilidade e a experiência de compra online são dominantes.
