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O custo médio de um casamento no Brasil deve chegar a R$ 85 mil neste ano. Com festas cada vez mais longas e sofisticadas, muitas realizadas em destinos turísticos como Trancoso, Noronha ou Campos do Jordão, as madrinhas têm arcado com despesas que variam de R$ 3,5 mil a mais de R$ 12 mil, dependendo do tipo de cerimônia. Só em casamentos destino, passagens, hospedagem, roupas para diferentes eventos e outras exigências elevam facilmente o gasto.
Quanto custa ser madrinha, segundo o tipo de casamento:
Casamento local (capitais): R$ 3.500 a R$ 6.000
Casamento formal ou black-tie: R$ 5.000 a R$ 9.000
Casamento destino: R$ 7.000 a R$ 12.000 ou mais
Mini-wedding ou elopement: R$ 1.500 a R$ 3.500
Além do investimento financeiro, o tempo e a energia também são fatores importantes. Despedidas de solteira, chás de panela e ensaios se tornaram parte do pacote esperado das madrinhas - muitas vezes com gastos divididos apenas entre elas. “Na experiência brasileira, as madrinhas geralmente são responsáveis por cobrir seu traje, incluindo vestido, sapatos e joias, além de cabelo e maquiagem, viagem e hospedagem, despesas com despedida de solteira, contribuições para o chá de panela e, claro, um presente de casamento significativo”, detalha Marina Soares.
Em algumas regiões, ainda persiste a expectativa de que os padrinhos ajudem financeiramente com partes da festa, como alianças ou decoração. Embora algumas noivas ofereçam cobrir parte dos custos, como maquiagem e cabelo, isso não é uma regra.
Tendências que estão encarecendo ainda mais o papel da madrinha em 2025:
- Casamentos de vários dias com experiências imersivas (churrascos, festas de boas-vindas, passeios)
- Personalização de lembranças e kits regionais
- Participação ativa na organização por meio de grupos de WhatsApp e divisão de tarefas
“Os casais estão transformando seus casamentos em eventos de vários dias, oferecendo aos convidados experiências típicas brasileiras como festas de piscina, churrascos pré-casamento e passeios regionais”, diz, também ao Click Grátis, Paula Menezes, gerente de eventos do Grupo Fasano.
Quando o orçamento não permite aceitar o convite
Apesar da pressão cultural, recusar o convite é uma opção legítima. “No contexto brasileiro, seja clara e objetiva, mas mantenha o carinho, pois a comunicação sincera é fundamental”, orienta Marina Soares. Explicar a situação o quanto antes permite que os noivos se reorganizem.
Há ainda alternativas bem-vistas para quem quer participar sem arcar com os custos de uma madrinha formal:
- Ser cerimonialista convidada ou ajudar no dia
- Organizar eventos pré-casamento de forma mais econômica
- Oferecer apoio com decoração ou recepção dos convidados
"É melhor gentilmente recusar do que comprometer o orçamento familiar e depois ter ressentimentos”, resume Paula Menezes. E se a melhor decisão for não participar ativamente, um presente simbólico ou uma carta sincera ainda são maneiras de demonstrar carinho sem pesar no bolso.
Ao fim, o papel de madrinha segue sendo uma honra - mas não deve ser aceito às custas da saúde financeira. Em tempos de juros altos e orçamento apertado, o essencial é lembrar que casamentos são celebrações de afeto, não de status. Como conclui Soares: “Se uma amiga realmente valoriza sua presença, ela encontrará uma forma de honrar a amizade respeitando suas possibilidades”.