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Pesquisadores explicam que a prevalência dos destros resulta da combinação entre biologia, cultura e evolução. O psicólogo Paul Rodway, da University of Chester, afirma que não existe nenhuma sociedade conhecida em que os canhotos sejam maioria. Mesmo com pequenas variações entre países, a proporção global permanece estável.
A influência cultural aparece em regiões da Ásia, do mundo árabe e de partes da África, onde a mão esquerda é vista como impura e crianças canhotas são pressionadas a usar a direita. Ainda assim, especialistas destacam que a biologia tem peso decisivo, já que a preferência manual surge antes mesmo do nascimento.
Ecografias mostram que, por volta da décima semana de gestação, a maioria dos fetos movimenta mais o braço direito, e muitos passam a chupar o polegar direito por volta da semana quinze. Para o geneticista Clyde Francks, isso indica que o cérebro tende, por padrão, a favorecer a lateralidade direita, embora fatores aleatórios possam levar alguns indivíduos à canhotice.
A evolução também ajuda a explicar o fenômeno. Evidências arqueológicas apontam que humanos utilizam mais a mão direita em ferramentas há pelo menos meio milhão de anos. Pesquisadores sugerem ainda que, em combates antigos, destros podiam ter vantagem por atingir o lado esquerdo do tórax do oponente, onde fica a maior parte do coração. Já os canhotos, por serem mais imprevisíveis, teriam mantido sua presença nas populações ao longo do tempo.