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Segundo especialistas entrevistados pelo site Infobae, a exposição contínua a situações consideradas ameaçadoras ativa uma cascata hormonal no organismo. Esse processo interfere na regeneração da pele, acelera o envelhecimento e pode agravar problemas como acne, rosácea e dermatite. A ciência já classifica os efeitos do estresse sobre a pele como multifatoriais, impactando tanto a saúde quanto a aparência.
A médica especialista em cirurgia plástica e estética Griselda Seleme explica que o estresse altera diretamente a cicatrização e a produção de colágeno. Com menos colágeno, a pele perde firmeza e elasticidade, fica mais fina e propensa ao surgimento de rugas. Além disso, esse cenário favorece o aparecimento ou a piora de doenças inflamatórias da pele.
Sinais do estresse na pele
A médica cirurgiã e especialista em medicina do estresse Cristina Sciales destaca que o estresse é um processo biológico complexo, conhecido como Síndrome Geral de Adaptação. Ele se desenvolve em fases, cada uma com efeitos visíveis na pele.
Na fase de alarme, o corpo libera adrenalina e noradrenalina, o que prejudica a microcirculação cutânea. Na fase de resistência, há aumento do cortisol, hormônio associado à inflamação crônica e à redução do colágeno. Já na fase de esgotamento, quando o estresse se torna prolongado, a pele se torna mais frágil, sensível e envelhece de forma precoce.
Esse processo pode causar ressecamento, vermelhidão, rugas, acne, perda de elasticidade e até queda de cabelo. Em alguns casos, doenças como psoríase e rosácea se intensificam.
Radicais livres
Outro fator importante é o estresse oxidativo. De acordo com Sciales, os radicais livres, gerados pelo metabolismo, poluição, sol, tabagismo e pelo próprio estresse, danificam as células da pele. O resultado é a degradação do colágeno e da elastina, surgimento de manchas, rugas e maior vulnerabilidade a doenças cutâneas.
Além disso, o estresse crônico pode reduzir as reservas de vitamina C no organismo, comprometendo a imunidade e a capacidade de defesa da pele.
Tratamentos
A medicina integral propõe um cuidado que começa de dentro para fora. O dermatologista funcional Lucas Ponti afirma que a pele expressa de forma clara o impacto do estresse. Segundo ele, o cortisol inibe a ação dos fibroblastos, células responsáveis pela produção de colágeno e elastina, além de estimular enzimas que degradam essas proteínas.
Na dermatologia funcional, o tratamento envolve restaurar a barreira da pele com ácidos graxos e ceramidas, controlar a inflamação e usar ativos como retinoides, ácido azelaico e antioxidantes. Procedimentos como plasma rico em plaquetas e suplementação com ômega 3, vitamina C, melatonina e coenzima Q10 também fazem parte das estratégias.
Sciales reforça que não existem soluções padronizadas. O foco é um diagnóstico individualizado, que pode incluir terapias intravenosas com vitaminas e minerais, ajustes na alimentação, prática de exercícios e técnicas de relaxamento.
Hábitos diários fazem diferença
Os especialistas concordam que a rotina diária tem papel central na saúde da pele. Alimentação equilibrada, rica em antioxidantes e proteínas de qualidade, ajuda na produção de colágeno. A prática regular de atividade física melhora a circulação e a oxigenação dos tecidos. Técnicas como meditação, respiração consciente e mindfulness contribuem para reduzir o cortisol e a inflamação.
Nos cuidados diários com a pele, recomenda-se limpeza suave, uso de vitamina C, hidratação adequada e proteção solar durante o dia. À noite, a orientação é investir em limpeza mais profunda, ativos antioxidantes e produtos que auxiliem na regeneração da pele.