Internet lenta em casa? Veja soluções simples e baratas para melhorar a conexão

Mudanças no DNS, ajuste do roteador e cuidados básicos podem acelerar a internet sem trocar de plano

A internet lenta continua sendo um dos problemas mais comuns nos lares brasileiros. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostram que, apenas no primeiro semestre de 2024, mais de 180 mil reclamações foram registradas por falhas na qualidade da internet fixa. Mesmo assim, especialistas afirmam que, antes de pensar em pagar mais caro ou mudar de operadora, é possível melhorar a conexão com ajustes simples e de baixo custo.

A boa notícia é que, em muitos casos, a lentidão não está ligada ao plano contratado, mas à forma como a rede é usada dentro de casa. Mudanças rápidas na configuração, no posicionamento dos equipamentos e no uso dos dispositivos já podem fazer diferença no dia a dia.

Troca de DNS

Uma das soluções mais fáceis e gratuitas é alterar o servidor DNS, responsável por localizar os endereços dos sites na internet. Os servidores oferecidos pelas operadoras costumam ser mais lentos que opções públicas, como o DNS do Google ou da Cloudflare.

Segundo dados divulgados pela própria Cloudflare, o uso do DNS 1.1.1.1 pode reduzir o tempo de resposta em até 30%. Na prática, isso significa páginas abrindo mais rápido e aplicativos respondendo com menos atraso. A mudança pode ser feita diretamente no celular, no computador ou no roteador, sem necessidade de conhecimento técnico avançado.

Roteador simples pode limitar sua internet

Outro ponto que influencia muito a velocidade é o roteador. Os modelos fornecidos pelas operadoras geralmente são básicos e não lidam bem com vários dispositivos conectados ao mesmo tempo.

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Roteadores dual-band, que trabalham nas frequências de 2.4 GHz e 5 GHz, ajudam a distribuir melhor a conexão. Já modelos com tecnologia WiFi 6 oferecem maior velocidade e estabilidade, especialmente em casas com muitos aparelhos conectados. No Brasil, há opções acessíveis a partir de R$ 150, enquanto modelos mais avançados custam entre R$ 300 e R$ 500.

Posição do roteador

A forma como o roteador é instalado dentro da casa também interfere diretamente no desempenho do WiFi. Especialistas recomendam deixá-lo em um local central, elevado e longe de paredes grossas, espelhos e eletrodomésticos.

Aparelhos como micro-ondas e telefones sem fio podem causar interferência, principalmente na rede de 2.4 GHz. Evitar colocar o roteador dentro de armários ou atrás de móveis ajuda o sinal a se espalhar melhor pelos ambientes.

Cabo de rede

Para equipamentos fixos, como computadores de mesa, smart TVs e consoles de videogame, o cabo ethernet continua sendo a forma mais confiável de conexão. Cabos Cat5e ou Cat6 são baratos e garantem velocidade estável, sem oscilações.

Testes de laboratório indicam que o WiFi pode sofrer variações de até 50% por causa de interferências. Já a conexão cabeada mantém o desempenho constante, sendo ideal para jogos online, videoconferências e streaming em alta resolução.

Dispositivos sobrecarregados

Nem sempre o problema está na rede. Aplicativos rodando em segundo plano, downloads automáticos e sincronizações em nuvem consomem banda sem que o usuário perceba.

Limpar o cache do navegador, fechar programas desnecessários e controlar atualizações automáticas pode melhorar bastante a navegação. Serviços como Google Drive e OneDrive, por exemplo, costumam usar a internet para enviar e baixar arquivos continuamente.

Repetidores

Em residências maiores ou com mais de um andar, repetidores WiFi podem ampliar o alcance do sinal. Modelos simples custam a partir de R$ 80 e já ajudam a eliminar pontos sem cobertura.

Para quem busca uma solução mais completa, os sistemas mesh oferecem sinal uniforme em todos os cômodos. Apesar do custo maior, a partir de R$ 400, eles garantem mais estabilidade e transição automática entre os pontos de acesso.

Confira se a velocidade entregue é a contratada

Antes de investir em equipamentos, vale testar a velocidade da conexão. Ferramentas gratuitas, como as oferecidas pelo ClickGratis, permitem verificar se a internet está dentro do que foi contratado.

A Anatel determina que as operadoras devem entregar, em média, pelo menos 80% da velocidade contratada. Se os testes mostrarem valores abaixo disso com frequência, o consumidor pode registrar reclamação formal.

Quando vale trocar de plano ou operadora

Se, mesmo após todos os ajustes, a internet continuar lenta, pode ser o momento de repensar o contrato. O mercado de banda larga está mais competitivo, com operadoras regionais oferecendo planos de fibra óptica a preços acessíveis.

Segundo a Anatel, a fibra óptica já representa mais de 60% das conexões no país, oferecendo mais estabilidade e velocidade. Antes de mudar, é importante pesquisar a reputação da empresa e conversar com vizinhos sobre a qualidade do serviço na região.

Jornalista graduado com ênfase em multimídia pelo Centro Universitário Una. Com mais de 10 anos de experiência em jornalismo digital, é repórter do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Antes, foi responsável pelo site da Revista Encontro, e redator nas agências de comunicação Duo, FBK, Gira e Viver.

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