O consumo prolongado de
A sarcopenia - perda progressiva de massa e força muscular - afeta de 10% a 16% dos idosos no mundo, comprometendo mobilidade e aumentando o risco de quedas e doenças. Condições como insuficiência cardíaca, artrite reumatoide e câncer agravam o quadro, que costuma ser combatido com exercícios físicos e dietas proteicas.
Diferente de estudos anteriores que analisaram compostos isolados como o resveratrol da uva em doses elevadas, esta nova pesquisa focou no consumo do alimento integral, considerando a interação entre seus milhares de fitoquímicos.
Camundongos da linhagem C57BL/6J foram alimentados desde as quatro semanas de vida com ração padrão ou suplementada com 5% de pó de uva liofilizada - o equivalente a duas porções diárias da fruta para humanos (cerca de 252 gramas). O experimento foi aprovado pelo Comitê Institucional de Cuidado e Uso de Animais da Baystate Health, em Massachusetts.
Apesar de não haver alterações visíveis na massa muscular ou estrutura dos tecidos, análises genéticas revelaram um dado relevante: os camundongos que consumiram uva apresentaram convergência na expressão de genes musculares entre os sexos, enquanto os alimentados com dieta padrão mostraram grandes diferenças.
Com auxílio de ferramentas como análise de componentes principais e mapas de calor, os cientistas observaram que “a maioria das diferenças observadas entre machos e fêmeas com dieta padrão desapareceu nos grupos que consumiram uva”. Em termos de vias metabólicas, por exemplo, as distinções entre sexos caíram de 20 para apenas três.
Os pesquisadores destacam que “se requerem estudos adicionais em humanos para determinar se esta resposta homogênea se aplica às pessoas”. Apesar de haver indícios de que a uva modula o microbioma e a expressão genética em humanos, ainda é incerta sua eficácia direta na saúde muscular de idosos.
Mesmo assim, os dados sugerem que o consumo regular de uvas pode representar uma estratégia alimentar promissora no enfrentamento da sarcopenia.