Quantos carregadores você tem em casa? Vivemos rodeados de dispositivos eletrônicos que precisam ser recarregados constantemente, celulares, notebooks, smartwatches, fones de ouvido, bicicletas elétricas e muito mais.
É bem possível que você tenha um carregador de celular permanentemente plugado na tomada ao lado da cama ou um carregador de notebook que nunca é desconectado da mesa de trabalho.
Mas será que isso é seguro? E existe algum custo escondido em manter carregadores ligados o tempo todo, mesmo sem uso?
O que tem dentro de um carregador?
Nem todo carregador é igual. Dependendo do tipo de equipamento e da quantidade de energia necessária, o funcionamento interno pode ser simples ou bastante complexo.
De forma geral, um carregador recebe a corrente alternada (AC) da tomada e converte em corrente contínua (DC), que é compatível com a bateria dos dispositivos.
Para entender a diferença: na corrente contínua, os elétrons se movem sempre na mesma direção, circulando pelo circuito. Já na corrente alternada, eles apenas vibram, indo e voltando no mesmo ponto, sem circular.
Essa diferença tem origem na famosa disputa histórica entre Thomas Edison (defensor da corrente contínua) e Nikola Tesla (defensor da alternada). Até hoje convivemos com as duas: a energia é gerada em AC, mas a maioria dos aparelhos modernos e baterias funciona em DC. Por isso, quase todos os eletrônicos possuem um conversor AC-DC embutido.
Para fazer essa conversão, um carregador possui componentes como transformadores, circuitos de retificação, filtros que garantem a qualidade da corrente contínua e sistemas de controle e proteção.
Eles gastam energia mesmo sem uso
O chamado “vampire power” é real. Carregadores continuam consumindo uma pequena quantidade de energia enquanto estão conectados, mesmo sem estarem carregando nenhum dispositivo.
Parte dessa energia serve para manter os circuitos de proteção funcionando, e o restante se perde, principalmente, na forma de calor.
Quando se analisa um único carregador, esse gasto é muito pequeno. Mas, somando todos os carregadores e aparelhos em stand-by dentro de uma casa, esse consumo pode se tornar significativo ao longo do ano. E não são apenas os carregadores: TVs, micro-ondas e outros equipamentos também consomem assim.
Dependendo da quantidade de dispositivos, essa energia desperdiçada pode somar vários quilowatts-hora ao longo de um ano.
Por outro lado, carregadores mais modernos já são projetados para minimizar esse consumo, entrando em modo de espera até que algum aparelho seja conectado.
Existem outros riscos
Além do consumo de energia, deixar carregadores na tomada constantemente acelera o desgaste dos componentes, principalmente em situações em que ocorrem picos de energia na rede elétrica.
Apesar dos sistemas de proteção dos modelos mais novos, esses eventos podem reduzir a vida útil dos carregadores. O risco é ainda maior quando se trata de carregadores muito baratos, falsificados ou sem certificação de segurança — que podem, inclusive, causar incêndios.
Afinal, o que fazer?
Apesar de serem, em geral, seguros e projetados para consumir pouca energia em repouso, a recomendação é simples: se for fácil e conveniente, desconecte os carregadores da tomada quando não estiverem em uso.
Se perceber que o carregador está esquentando mais do que o normal, emitindo ruídos ou apresentando qualquer sinal de dano, é hora de substituir. E, nesse caso, deixar plugado definitivamente não é uma boa ideia.
* Sob supervisão de Marina Dias