Instituído oficialmente no Brasil pelo presidente Getúlio Vargas em 1932, o
Inspirado no modelo
No Brasil, a celebração teve expressões locais antes de ser oficializada, como em 1918 no Rio Grande do Sul, com apoio da Associação Cristã de Moços. Já a Igreja Católica adotou a data em 1947, por meio do cardeal D. Jaime de Barros Câmara. O decreto de Vargas também refletia um momento político de valorização da figura feminina e do papel materno na construção moral da sociedade. “Vargas queria fazer uma ação junto ao público feminino”, afirma Dantas, destacando que era o período em que as mulheres conquistavam o direito ao voto.
A partir da ditadura, a valorização da família ganhou destaque, reforçando o perfil da “mãe ideal”, como lembra a historiadora Mary Del Priore: “A maternidade bem vivida, a mulher dedicada aos filhos era um perfil exaltado em concurso, valorizado e que ganhava capas de revista”.
Com o tempo, o simbolismo afetivo abriu espaço para a lógica do consumo. Atualmente, o Dia das Mães é a segunda data mais lucrativa do comércio brasileiro, superando o Dia dos Namorados e o Dia das Crianças. “Para alguns segmentos, em especial os artigos de uso pessoal, o Dia das Mães é mais importante do que a ‘Black Friday’”, afirma Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo.
A data também impulsiona vendas de móveis e eletrodomésticos, reforçando um discurso de que o presente para a mãe é também para o lar. Segundo estimativas da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), o comércio deve registrar crescimento de 2% a 3% nas vendas em relação ao ano anterior.
No cenário global, a comemoração varia bastante. Enquanto países como EUA, Austrália, Japão e Itália também celebram no segundo domingo de maio, outros adotam datas específicas. Na Bolívia, por exemplo, o Dia das Mães é celebrado em 27 de maio; na Rússia, em 8 de março; e em países árabes, como Egito e Síria, em 21 de março - marcando o início da primavera.