O Uturuncu, um dos
Desde a década de 1990, medições via satélite e GPS vêm detectando uma deformação incomum no solo ao redor da estrutura vulcânica. O padrão lembra um sombrero: enquanto o centro da caldeira se eleva, as áreas ao redor afundam. Esse movimento ocorre a uma taxa de aproximadamente um centímetro por ano, o que indica uma dinâmica geológica significativa sob a superfície.
Um estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences revelou novas descobertas sobre o comportamento do Uturuncu. A pesquisa, conduzida por uma equipe internacional de cientistas dos Estados Unidos, Reino Unido e China, analisou dados de mais de 1.700 pequenos terremotos registrados na região.
Segundo os levantamentos, os sinais de agitação não são provocados por uma acumulação iminente de magma — que poderia indicar o risco de erupção —, mas sim pelo movimento constante de fluidos quentes e gases que circulam por canais subterrâneos. Essa movimentação causa os tremores e as deformações no solo.
O comportamento curioso do monte vulcânico rendeu a ele o apelido de “vulcão zumbi”. Apesar de tecnicamente inativo, o Uturuncu apresenta uma atividade persistente não eruptiva, marcada por emissões gasosas e alterações estruturais no terreno ao redor.
Ainda segundo os especialistas, os dados atuais não apontam para uma erupção iminente. O que escapa pelas fissuras naturais são, sobretudo, gases e líquidos, responsáveis por pequenas explosões subterrâneas e pelas chamadas “flatulências” geológicas, que continuam moldando lentamente a paisagem andina.