Mais de 60% do território brasileiro está tomado por fumaça de queimadas. Em Belo Horizonte, a situação é alarmante. Com a fumaça misturada à poluição, a baixa umidade do ar fica quase impossível respirar. São quase cinco meses sem chuvas e não há previsão de que ela chegue nos próximos dias.
De acordo com o diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, a volta do uso de máscaras por alguns grupos, pode diminuir os riscos à saúde. “Aspirar as partículas pode gerar lesões à mucosa, das narinas, olhos, boca e muitos outros problemas de saúde. Em relação à fumaça e essas partículas que ficam suspensas no ar, geralmente oriundas de queimadas, misturando isso com uma baixíssima umidade do ar, há uma agressão contínua às nossas mucosas.) Como, por exemplo, os olhos, que ninguém muitas vezes fala, mas que gera conjuntivite, mas principalmente das mucosas respiratórias, como as do nariz, da boca e dos brônquios. E essa agressão inflama essas mucosas e tem diversas consequências. Uma consequência direta é sangramento. As pessoas podem ter muitos sangramentos pelo nariz”, explica.
Outra consequência deste cenário de secura e poluição é a presença de substâncias que causam as alergias ou, em casos mais graves, quadros de asma. O médico faz um alerta para os sintomas das doenças respiratórias mais comuns. “No caso de alergias, muito corrimento pelo nariz, aquele corrimento clarinho. Muita tosse, garganta seca e irritada. E, eventualmente, asma, aquela chieira que a pessoa relata, inclusive, falta de ar. Em relação às infecções, sintomas de sinusite, de faringite, de bronquites, em que o paciente tem febre e secreções”, detalha.
Uso de máscara
Segundo Estevão Urbano, a máscara cirúrgica, filtra parte das partículas que podem irritar as mucosas. “Então as pessoas de maior risco, como por exemplo, aquelas que tem doenças crônicas do pulmão e os idosos, devem usar máscaras, principalmente ao sair de casa. Além da máscara, as outras medidas fundamentais baseiam-se principalmente na hidratação. Então uma hidratação muito frequente, evitar de tomar grandes quantidades de líquidos em uma única vez, mas dividir durante todo o dia, se possível durante todas as horas do dia. Se possível também, irrigar as narinas e os olhos com soluções hidratantes. Colírios, soros que tenham a capacidade de fazer umidificação. Andar com roupas mais leves, porque o calor também desidrata. Evitar atividades físicas intensas, principalmente em horas de pico, do calor do sol. E ter uma dieta mais saudável que facilite a digestão também. São outras recomendações interessantes “, destaca o diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano.