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Alzheimer: mudanças de hábitos podem melhorar cognição de quem já tem sinais da doença, diz estudo

Estudo publicado no Alzheimer’s Research and Therapy, indica que mudanças no estilo de vida podem ter impactos positivos

Pesquisas sobre medicamentos e tratamentos para Alzheimer têm avançado consideravelmente nos últimos anos.

Ainda em junho deste ano, por exemplo, conselheiros da agência de regulamentação de drogas e alimentos dos Estados Unidos (FDA) concluíram, por exemplo, que os benefícios do remédio donanemab, da farmacêutica Eli Lilly, são maiores do que os riscos em relação ao tratamento de Alzheimer. Para eles, o medicamento é eficaz em pacientes no estágio inicial da doença.

Mas não apenas medicamentos têm impacto na velocidade de progressão da doença. Ao menos, segundo a equipe de pesquisadores liderada por Dean Ornish, presidente da ONG Preventive Medicine Research Institute (Instituto de Pesquisa de Medicina Preventiva, em tradução livre) e professor de medicina na Universidade da Califórnia.

Um estudo do grupo, publicado no Alzheimer’s Research and Therapy, indica que mudanças no estilo de vida podem ter impactos positivos. A pesquisa envolveu um programa de alimentação restrita (e vegana), atividade física, redução do estresse e incentivo à interação social e, segundo a publicação, conseguiu retardar a progressão do declínio cognitivo em testes padrão para demência.

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O estudo

Um grupo de 49 pessoas com comprometimento cognitivo leve ou demência inicial de Alzheimer participou da pesquisa, sendo que metade adotou o programa por 20 semanas e metade manteve o estilo de vida que já adotava antes durante o mesmo período. Foi feito acompanhamento por meio de amostras se sangue, com os quais foi possível rastrear mudanças nos marcadores da doença.

Os participantes recebiam três refeições veganas por dia e dois lanches. Vitaminas e suplementos alimentares foram incluídos na dieta. Também precisavam fazer meia hora de atividade aeróbica diária, bem como exercícios de força no mínimo três vezes por semana. Também faziam parte da rotina meditação, ioga, alongamento, exercícios de relaxamento diários. Além disso, se reuniam em grupos de apoio para conversar sobre questões de saúde mental.

Ao final do período de 20 semanas, a metade do grupo que alterou o estilo de vida mostrou melhoras consideráveis, em termos estatísticos, em três dos quatro testes cognitivos realizados, e “mudanças limítrofes em termos de estatística” para o quarto teste. Os resultados foram em comparação com o grupo que não fez mudanças, que, aliás, demonstrou piora nos quatro testes.

Segundo Ornish, a pesquisa é um “primeiro passo”, e não um estudo definitivo. Ele afirma que o mérito principal é mostrar, pela primeira vez, que mudanças intensas de estilo de vida podem melhorar a cognição em pacientes com Alzheimer.


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