Nesta sexta-feira (10) é lembrado o Dia Mundial do Lúpus. A data tem como objetivo chamar atenção para conscientização da doença. De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 65 mil brasileiros são afetados, pelo lúpus. A faixa etária mais atingida é entre 20 e 45 anos, sendo a maioria mulheres.
Segundo a médica dermatologista, Marcela Matos, o lúpus é uma doença inflamatória de origem autoimune. Nosso próprio organismo, de maneira equivocada, começa a produzir defesa contra nossos tecidos saudáveis. No Dia Mundial do Lúpus, médica alerta para sintomas e tratamento da doença autoimune
Então, ao invés de defender contra bactérias, vírus, fungos, a gente começa a produzir uma defesa contra, por exemplo, nossa pele, nossos pulmões, nossos rins. Existem algumas tipificações para a doença, a principal é o lúpus eritematoso sistêmico, que corresponde a 70% dos casos e pode acometer o corpo todo. Mas a gente pode ter também o lúpus discoide, o dermatológico, e o neonatal.
A especialista faz um alerta, já que quando a doença começa a se manifestar, um dos sintomas, pode ser confundido com algum tipo de alergia. “A primeira ideia na pele, por ser mais comum, ser mais frequente, é pensar em alergia. Porque podem aparecer manchas ou rosas ou vermelhas, mas a característica é a gente ver uma persistência. Geralmente a alergia tem uns períodos de piora, de melhora. O lúpus, geralmente, quando ele vem de uma maneira mais acentuada, ele se instala de uma maneira mais fixa e precisa de tratamento”.
Infelizmente as pessoas que sofrem com a doença, ainda sofrem preconceito. Segundo a médica, isso acontece porque a pele mostra a doença. Então, quem não conhece o lúpus acha que pode ser alguma doença contagiosa. O lúpus não é uma doença contagiosa, não precisa ter nenhum receio, de conviver de maneira próxima com pacientes que possuem a doença.
Sintomas
Os sintomas do lúpus podem variar de acordo com a parte do corpo afetada pela doença, os principais são fadiga, febre, dor nas articulações, rigidez muscular e inchaços, vermelhidão no rosto em forma de “borboleta”, lesões na pele que surgem ou pioram quando expostas ao sol, dificuldade para respirar, queda de cabelo, ansiedade e desconforto geral.
Tratamento
“É importante destacar que existe tratamento porque durante muito tempo ficava esse estigma de uma doença de difícil controle. Hoje tem as medicações muito modernas, a base de biológicos, que vão atuar no sistema imunológico, meio que anulando esse mecanismo de defesa errado. Então, hoje, na dermatologia e em outras áreas da medicina, a gente tem esse tipo de medicamento que é de alto custo, mas que hoje é possível judicializar e conseguir isso pelo governo e tudo. Então, está acessível”, finaliza Marcela Matos, médica dermatologista.