A doença de Parkinson é uma síndrome composta por quatro principais alterações motoras, tremor de repouso, a rigidez, a bradicinesia e a instabilidade postural.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1% da população mundial sofre com a doença. Segundo Fidel Meira, neurologista da Unimed-BH e Presidente da Sociedade Mineira de Neurologia, a doença de parkinson é uma das doenças neurodegenerativas do adulto mais comuns que existem e uma causa muito importante de morbidade e de mortalidade ao redor do mundo.
Ela tem relação com a redução do funcionamento do circuito de dopaminérgicos, ou seja, dentro do cérebro onde funcionam os circuitos que usam a dopamina como neurotransmissor, funciona mal. A incidência da doença aumenta a partir dos 60 anos de idade.
Então, abaixo de 60 anos é raro, apesar de poder acontecer em alguns casos, mas a média da idade de diagnóstico é 70 anos.
Sintomas
O médico explica que, na doença de Parkinson, são identificados dois grupos de sintomas, os sintomas motores e os sintomas não motores. Entre os sintomas motores tem aqueles os principais são o tremor, que é um tremor de repouso, a bradicinesia, que é a lentificação dos movimentos, a rigidez, que tem uma característica de roda dentada, quando a pessoa com a doença se movimenta, a articulação parece que tem uma engrenagem e, a instabilidade postural, que é a tendência às quedas da própria altura.
Já entre os sintomas não motores são vários que chamam a atenção. Alterações cognitivas e demência, que podem acontecer normalmente em estágios mais avançados da doença. O paciente pode ter sintomas psicóticos e outros sintomas psiquiátricos como depressão, ansiedade e apatia. Esse paciente pode ter dificuldades para dormir, inclusive ele tem uma alteração de sono, que é muito curiosa, que é a chamada de distúrbio comportamental do sono rei.
“O sono rei é aquele sono que proporciona o sonho. Quando a pessoa sonha, o cérebro está numa atividade muito intensa. Para esse sonho acontecer em segurança, digamos que é preciso que o circuito dos motores seja desativado, ou seja, a gente sonha como se estivesse correndo, pulando, lutando, e não se movimenta na cama. O paciente que tem o distúrbio comportamental do sono rei, esse desligamento do circuito do motor não acontece. Então ele às vezes comporta como se estivesse brigando, lutando, e quem acaba se assustando muito é a pessoa que divide a cama com esse paciente”, destalha o neurologista.
Além desses distúrbios do sono, ainda pode acontecer sonolência diurna excessiva, fadiga e a pessoa perde a capacidade de perceber os cheiros. Outro detalhe em relação aos sintomas, é que às vezes eles aparecem antes da doença. Distúrbio comportamental do sono rei, a constipação intestinal que é o intestino preso, e a disfunção do olfato, o paciente passa a perceber menos cheiro do que o normal.
Tratamento
De acordo com o presidente da Sociedade Mineira de Neurologia, Fidel Meira, o tratamento da doença de Parkinson, se inicia com o tratamento medicamentoso e esse tratamento é levado durante muito tempo da doença. O principal pilar do tratamento é o estímulo dopaminérgico, que é dar um medicamento que vai fazer funcionar melhor os circuitos com a dopamina. “Normalmente o tratamento começa quando a doença de Parkinson está trazendo já algum impacto de qualidade de vida para o paciente. Por exemplo, se a doença de Parkinson está afetando muito mais o lado que é dominante, a pessoa que escreve com a mão direita e está muito afetado. Se a doença interfere no trabalho, nas atividades de vida diária, nas atividades sociais ou de prazer desse paciente”, destaca.
O tratamento vai envolver desde a educação e suporte às necessidades que o paciente pode apresentar, à realização de fisioterapia e atividade física. E isso tem um impacto significativo no tempo em que esses pacientes permanecem independentes e com mobilidade muito boa. O paciente também precisa de fonoaudiologia para treinar fala e deglutição, a terapia ocupacional para ajudar ele principalmente nas dificuldades do dia a dia e até a reabilitação neurocognitiva.
Prevenção
Existe a dificuldade em entender o que provoca a doença de Parkinson. Tem o processo neurodegenerativo, mas o que é que causa a doença ainda é desconhecido. Mas existem algumas coisas que podem ajudar um pouco. “Uma das coisas que é interessante de a gente colocar, que foram identificados em estudos, por exemplo, o uso de café e cafeína que foi associado a um risco menor de doença de Parkinson em algumas metanálises, que são aqueles estudos que juntam dados de vários estudos. A atividade física, ela também parece ser protetora quanto ao desenvolvimento da doença de Parkinson. Também uma metanálise de muitos pacientes mostrou que pode até ter uma redução de risco de até quase 30%. O descontrole de hipertensão e de diabetes, o tabagismo, consumo elevado de álcool, tudo isso pode estar associado a uma piora da doença de Parkinson”, analisa o neurologista da Unimed-BH e presidente da Sociedade Mineira de Neurologia, Fidel Meira.