A vacinação contra dengue para a faixa etária entre 10 e 14 anos tem apresentado baixa adesão no Brasil. Dados da Sec. de Saúde indicam que apenas 1 a cada 4 crianças se vacinaram em Minas Gerais.
Em menos de três meses, o Brasil bateu o recorde de incidência de dengue na história em 2024,
No entanto, a
O “Dia D” de combate ao mosquito Aedes aegypti acontece nesse sábado (23) em Minas Gerais;
“É uma faixa etária complicada”
Segundo o infectologista Unaí Tupinambás, professor da Faculdade de Medina da UFMG, a idade pré-adolescente é mais difícil de ser vacinada no Brasil.
“É uma faixa etária mais complicada, porque é um pré-adolescente, que já tem certa autonomia (em relação aos pais)”, afirma o especialista em entrevista a Itatiaia.
“Infelizmente houve uma baixa procura de vacinação para dengue nessa campanha iniciada recentemente no Brasil”, lamenta.
O professor aponta a diferença da cobertura vacinal da dengue em comparação com outras doenças em que a imunização é feita na infância.
Dados do Ministério da Saúde, de 2023, indicam que houve um aumento da cobertura vacinal na população infantil, na faixa etária de 0 a 5 anos, para sarampo, polimielite, tríplice viral, BCG, tuberculose e rubéola.
O professor reforça aos pais que a vacina contra dengue,
“Essa vacina foi estudado por mais de quatro anos. Foram vários anos estudo, mostrando tanto a segurança quanto a eficácia em prevenir infecção e os casos de morte por dengue”, destaca Unaí Tupinambás.
Reincidência
Outro fator que pode justificar a baixa procura pela vacina, segundo o professor da UFMG, é, ironicamente, o número recorde de casos atingido no Brasil em 2024.
“Nós estamos no meio da epidemia de dengue. Às vezes, a pessoa que esta elegível para tomar vacina pode ter ficado doente, com um sintoma gripal ou próprio da dengue. É claro que tem que esperar um prazo para tomar vacina (após contrair a doença)”, explica.
Pacientes que tiveram dengue após a primeira dose da vacina,
Desinformação
Por fim, o professor acredita que a baixa cobertura vacinal para dengue no Brasil também pode ter influência da desinformação.
Unaí Tupinambás afirma que o movimento antivacina não prosperou no Brasil, mesmo com o grande número de mentiras circulando nas redes sociais ao longo pandemia de COVID-19.
Mas defende que os governos federais, estaduais e municipais devem fazer campanhas incentivando a vacinação e criminalizando a desinformação, com potencial de matar pessoas - segundo ele.