Ouvindo...

Do café ao rolê: como cafeterias estão mudando a cena urbana

Brunchs, coffee parties e miniweddings ampliam a função social das cafeterias, mesmo diante da alta no preço do café.

Do café ao rolê como cafeterias estão mudando a cena urbana

Um novo papel para as cafeterias brasileiras

Nos últimos anos, as cafeterias no Brasil deixaram de ser apenas lugares para um café rápido e passaram a desempenhar um papel mais social. Hoje, muitas delas recebem aniversários intimistas, encontros de amigos, brunchs com música ao vivo, oficinas e até casamentos menores. Essa mudança acompanha um comportamento crescente do consumidor que busca experiências durante o dia, com opções mais leves e, muitas vezes, sem bebidas alcoólicas.

Do café ao rolê como cafeterias estão mudando a cena urbana

O impacto da economia e a adaptação do setor

Esse movimento acontece em paralelo a mudanças econômicas importantes. Segundo o IPCA, até maio de 2025 o café moído acumulou um aumento de 82,24% em 12 meses, enquanto o cafezinho consumido fora de casa subiu 17,07% no mesmo período. Apesar da alta, bares e cafeterias têm absorvido parte desse custo, evitando repassar todo o valor para o consumidor. Levantamento do Datalab da Abrasel mostra que o preço médio do cafezinho é de R$ 6,25 no país, enquanto bebidas mais elaboradas, como cappuccinos e mochas, chegam a R$ 17,91.

O café como ponto de conexão

Em Natal (RN), Rodrigo Coutinho, fundador da rede Barões do Café, vive essa transformação diariamente. Para ele, a cafeteria deixou de ser apenas um ponto de consumo e se tornou um espaço de convivência. Muitos clientes usam o ambiente para encontros com amigos, para trabalhar remotamente e até para reuniões informais.

LEIA MAIS:

5 Combos para o café da manhã: Saiba tudo para emagrecer com saúde
Barriga tanquinho: 3 dicas para derreter a gordura

Valorização dos cafés especiais

Rodrigo também nota que cresce o número de consumidores interessados em vivenciar experiências sensoriais, aprendendo sobre métodos de preparo e explorando cafés especiais. Embora não seja a maioria, esse público demonstra que há espaço para um atendimento mais especializado, em que o café é parte de uma experiência completa.

Eventos diurnos e formatos inovadores

A ideia de ocupar cafeterias para realizar eventos tem ganhado força em todo o país. As chamadas coffee parties, já populares em cidades como São Paulo e Belo Horizonte, oferecem cardápios exclusivos à base de café, acompanhados de música ambiente ou DJs. Essas propostas se destacam como alternativa aos eventos noturnos tradicionais, valorizando encontros mais leves e descontraídos.

Conexão com esporte e cultura

Além dos eventos gastronômicos, cafeterias começam a marcar presença em iniciativas culturais e esportivas. Corridas de rua, por exemplo, têm incluído pontos de apoio com café fresco, criando um diferencial para os participantes. Alguns estabelecimentos também experimentam menus híbridos, oferecendo drinques à base de café que combinam versões alcoólicas e sem álcool, atendendo diferentes perfis de clientes.

Um movimento que veio para ficar

O fortalecimento das cafeterias como espaços de lazer mostra que essa tendência vai além de modismos. A combinação entre gastronomia, hospitalidade e experiências culturais vem reposicionando o café na rotina urbana. Hoje, as cafeterias se apresentam como protagonistas de encontros e celebrações, transformando uma simples xícara de café em um momento de conexão e vivência social.

Leia também

Profissional de Comunicação. Head de Marketing da Metalvest. Editor do Jornal Lagoa News. Líder da Agência de Notícias da Abrasel. Ex-atleta profissional de skate. Escreve sobre estilo de vida todos os dias na Itatiaia.