O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), publicou nesta terça-feira (22) um ato que proíbe a realização de reuniões das comissões permanentes da Casa até o dia 1º de agosto, período que coincide com o recesso parlamentar. A decisão foi divulgada minutos antes de sessões convocadas pela oposição nas Comissões de Relações Exteriores e de Segurança Pública, onde seriam votadas moções de louvor e apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As manifestações seriam uma reação à operação da Polícia Federal realizada na última sexta-feira (19), que impôs medidas cautelares ao ex-presidente, como o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de circulação.
As comissões são compostas majoritariamente por parlamentares aliados de Bolsonaro, o que garantiria quórum suficiente para as votações, mesmo durante o recesso, quando a maioria dos deputados se encontra fora de Brasília.
Em protesto contra a decisão de Hugo Motta, deputados da oposição convocaram uma coletiva de imprensa para criticar o que classificam como uma “tentativa de censura política” e de impedir manifestações formais de solidariedade ao ex-presidente dentro do Congresso.
Até o momento, a Presidência da Câmara não comentou publicamente os motivos da decisão.