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Ministro do STF defende fim de ‘execuções sumárias’ e pede câmeras corporais após mortes por PMs em SP

Pelas redes sociais, o ministro do STF afirmou que “nenhuma suspeita, por mais grave que seja, autoriza execuções sumárias” e que não há espaço para “atalhos punitivos” no Brasil

Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal

Pelas redes sociais, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, disse que o Brasil tem a necessidade urgente de reflexão sobre segurança pública, ressaltando que “nenhuma suspeita, por mais grave que seja, autoriza execuções sumárias” e que não há espaço para “atalhos punitivos” no Brasil.

Gilmar fez as afirmações após a morte de um jovem, de 24 anos, morto por policiais militares, durante uma operação na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo. O rapaz foi executado quando já estava rendido. Também na região sul da capital paulista, um homem, de 26 anos, foi baleado e morto por um PM que afirmou tê-lo confundido com um criminoso.

“A morte de um jovem inocente de 26 anos, voltando do trabalho, em Parelheiros/SP, e o assassinato de outro jovem de 24 anos, em Paraisópolis/SP, em circunstâncias que indicam para uma possível execução, evidenciam, mais uma vez, a necessidade urgente de reflexão sobre o tema da segurança pública em nosso país. A Constituição Federal de 1988 não admite atalhos punitivos! Nenhuma suspeita, por mais grave que seja, autoriza execuções sumárias. A Justiça só pode ser feita com base em provas e processos regulares”, diz a publicação.

Gilmar Mendes ainda defendeu o uso das câmeras corporais nos policiais e criticou as ações em São Paulo. “As imagens de câmeras corporais, que teriam registrado a ação em Paraisópolis, por exemplo, reforçam a importância desses dispositivos como instrumento de controle, transparência e proteção, tanto para os agentes públicos quanto para os cidadãos”, afirmou o ministro do STF.

“Mas é preciso ir além: formação adequada, compromisso dos órgãos de controle e respeito aos direitos humanos. O Estado não pode adotar os mesmos métodos daqueles que pretende enfrentar. Segurança pública se faz com inteligência e respeito à legalidade”, finalizou Gilmar Mendes.

Yuri Cavalieri é jornalista e tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band. Agora é correspondente da Itatiaia em São Paulo.