Um dia após o anúncio da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, o Congresso Nacional retomou oficialmente os trabalhos do segundo semestre com forte tensão entre governo e oposição. Em coletiva com a imprensa nesta terça-feira (5), o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, criticou duramente a atuação da base bolsonarista no Legislativo e classificou a ofensiva da oposição como um “sequestro do Parlamento”.
Segundo Lindbergh, a estratégia da oposição é obstruir as pautas de interesse da população e transformar o Congresso em palco para pautas que, segundo ele, atacam a democracia brasileira. “Eles querem calar a nossa voz. É um verdadeiro sequestro do Parlamento brasileiro. Estão tentando paralisar os trabalhos para impor uma agenda de anistia e de ataques às instituições”, afirmou.
O parlamentar se referia aos esforços de deputados do PL e aliados para pautar a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. “Querem livrar o Bolsonaro e promover um ataque frontal ao Judiciário. Mas a resposta do nosso lado é clara: sem anistia para golpistas”, disse Lindbergh.
Ao comentar a pauta prioritária do governo no segundo semestre, o deputado reafirmou o compromisso do PT com a votação do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Ele também defendeu a tributação dos mais ricos, incluindo bilionários e empresas de apostas on-line, como forma de garantir justiça fiscal. “Eles são contra isso. Não querem que os mais ricos paguem imposto, mas querem proteger quem atentou contra a democracia”, criticou.
Lindbergh também cobrou a cassação dos mandatos dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP), que, segundo ele, atuam para sabotar o país. “Estão conspirando contra o Brasil. São traidores da pátria e não podem continuar no Parlamento. Vamos pedir a cassação e lutar até o fim”, declarou.