A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, voltou a criticar nesta terça-feira (5) o tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos aos produtos brasileiros, classificado por ela como uma “chantagem” do presidente americano, Donald Trump.
“As sanções impostas às vendas de nossos produtos para os Estados Unidos não encontram a mínima justificativa técnica ou comercial. Não passam de uma chantagem de seu presidente com o objetivo explícito de interferir num processo judicial no Brasil”, declarou a chefe da articulação política em discurso na abertura da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, no Palácio Itamaraty.
Segundo Gleisi, também são “afrontosas” as sanções contra o Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente ao ministro Alexandre de Moraes, alvo da Lei Magnitsky, que pune financeiramente os considerados como violadores dos direitos humanos.
“Ainda mais afrontosas são as retaliações agressivas contra ministros do Supremo Tribunal Federal, em especial ao ministro Alexandre de Moraes, por sua atuação em defesa das instituições democráticas. Esses ataques configuram coerção no curso do devido processo legal, agressão ao Supremo Tribunal Federal e a soberania do Poder Judiciário no Brasil”, destacou.
Na segunda-feira (4), o governo americano
Gleisi afirmou ainda que a democracia “pode se submeter aos desígnios pessoais e ilegais de quem quer que seja”. Ela defendeu que o governo não fez qualquer gesto de afronta aos Estados Unidos e mantém o canal aberto para o diálogo com Washington.
“O que não podemos e não devemos aceitar é a submissão da soberania nacional e do nosso sistema político, judicial e democrático a imposições de quem quer que seja. A soberania não se negocia e a democracia não admite recuo”, pontuou.