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General Heleno diz que termo ‘virada de mesa’ foi usado em sentido figurado

Ex-chefe do GSI no governo Bolsonaro afirmou que não atuou para um golpe de Estado e que seguiu recomendação do ex-presidente de seguir ‘dentro das quatro linhas’

General Augusto Heleno

O general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro, afirmou que usou termos e expressões de forma figurada durante encontros com ministros e aliados.

Após ficar em silêncio durante questionamentos do ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante interrogatório nesta terça-feira (10), Heleno respondeu às perguntas de seu advogado e negou ter atuado em favor de um golpe de Estado.

O general foi questionado sobre uma fala na reunião liderada pelo então presidente Jair Bolsonaro com todos os ministros, no dia 5 de julho de 2022. “Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições”, disse Heleno na época.

Perguntado sobre o que queria dizer com a declaração durante o interrogatório, o general negou que foi uma recomendação para influenciar as eleições presidenciais de 2022: “(Virada de mesa) Eu falei em sentido figurado, lógico”.

“Essas duas palavras são usadas quando nós queremos caracterizar que precisa de uma ação imediata. Não é nada que envolva urnas eletrônicas. É uma ideia transmitida na reunião ministerial. Eu quis dizer que me preocupava com a situação vivida politicamente”, explicou Heleno.

“É importante que o presidente Bolsonaro colocou que iria jogar dentro das quatro linhas e eu segui isso religiosamente todo o tempo em que estive na presidência”, afirmou o general.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.