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Garnier nega ameaça de prisão de Bolsonaro em reunião de comandantes e diz que relato é ‘surreal’

Almirante Almir Garnier foi o primeiro réu a ser interrogado nesta terça-feira (10)

O ex-chefe da Marinha, almirante Almir Garnier, afirmou nesta terça-feira (10), durante interrogatório na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que a versão de que o comandante do Exército Freire Gomes teria ameaçado o ex-presidente Jair Bolsonaro de prisão, caso desse continuidade às articulações golpistas, é “surreal”.

Garnier foi questionado sobre o episódio, que está descrito na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, pelo ministro Luiz Fux, relator do caso no STF.

“Ouvi na imprensa e até achei, se o senhor me permite, surreal. Não faz parte da disciplina das forças armadas atitudes de natureza desse contexto”, afirmou o almirante.

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Em seguida, Fux questionou em qual reunião Garnier teria dito que “colocaria as tropas à disposição de Bolsonaro”. “Eu nunca usei essa expressão”, respondeu o ex-chefe da Marinha.

Segundo o almirante, houve preocupação de que os órgãos de segurança pública perdessem o controle, mas não houve da parte das Forças Armadas uma articulação para participar dos atos golpistas de 8 de janeiro.

“Preocupação com a questão das pessoas na rua insatisfeitas e que isso pudesse descambar para um quebra-quebra, algo que os órgãos de segurança pública pudessem a vir a perder o controle, ou imaginarium que isso poderia acontecer, e isso traria responsabilidade para o bastião desse negócio aí, que é as forças armadas”, afirmou Garnier.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.
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