O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou nesta terça-feira (6) o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por, segundo ele, não atender ligações da oposição nem dar andamento ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista à imprensa, Flávio afirmou que tenta contato com Alcolumbre desde antes do recesso parlamentar, sem sucesso. Ele também cobrou que o presidente da Casa cumpra o compromisso, assumido anteriormente, de pautar o projeto de anistia aos investigados nos atos golpistas de 8 de janeiro.
“Estou tentando falar com o Davi desde antes do recesso. E foi o que o senador Rogério Marinho acabou desabafando ali: não é a postura que a gente espera do nosso presidente, que teve o nosso voto e que se comprometeu com a pauta da anistia. A gente vai cobrar dele”, afirmou o parlamentar.
A declaração foi feita no momento em que senadores e deputados da oposição decidiram obstruir os trabalhos legislativos, ocupando o plenário e as mesas diretoras da Câmara e do Senado, impedindo o andamento das sessões. O protesto faz parte da estratégia da oposição para pressionar a votação de uma série de propostas apelidadas de “pacote da paz”, entre elas a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos, o impeachment de Moraes e a PEC do fim do foro privilegiado.
No Senado, apesar de não haver votações relevantes pautadas até o momento, há expectativa de que ainda nesta semana seja analisado o projeto de lei que atualiza a tabela progressiva do Imposto de Renda da Pessoa Física. A proposta é considerada essencial, já que uma medida provisória do governo que isenta quem recebe até dois salários mínimos tem prazo de validade.
Sem culpa pela prisão do pai
Flávio Bolsonaro também comentou a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou a prisão domiciliar de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele afirmou não se sentir responsável pelo episódio, apesar de ter divulgado nas redes sociais o vídeo com a mensagem de áudio de Bolsonaro enviada a apoiadores durante ato no último domingo (4), em Copacabana, no Rio de Janeiro. A publicação foi posteriormente apagada.
Segundo Moraes, a postagem infringe as medidas cautelares que proíbem o ex-presidente de usar redes sociais, inclusive por meio de terceiros. A defesa de Bolsonaro contesta a acusação e nega descumprimento.
Flávio, no entanto, argumenta que sua atuação como parlamentar está sendo restringida. “A minha rede social é uma extensão do meu mandato. Obviamente, quero postar conteúdos com o meu líder político, que é o Bolsonaro. Isso não pode ser interpretado como crime”, disse.
O senador também comentou o estado de saúde do irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que passou mal ao saber da decisão judicial contra o pai. Segundo Flávio, Carlos já está em casa e se recuperando bem.