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Flávio Bolsonaro acusa Alexandre de Moraes de “discurso de ódio” e parcialidade em julgamento da trama golpista

Senador afirma que fala do ministro no STF é “antecipação de julgamento” e reforça pedido de impeachment já protocolado no Senado

Senador Flávio Bolsonaro criticou fala do presidente Lula

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reagiu nesta sexta-feira (1º) ao pronunciamento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante sessão que marcou a retomada dos trabalhos do Judiciário no semestre. Em publicação nas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro acusou Moraes de fazer um “discurso de ódio” com “mentiras” e “calúnias”, além de antecipar o julgamento dos réus por tentativa de golpe de Estado, entre eles, seu pai.

Flávio classificou a manifestação do ministro como uma “óbvia e objetiva causa de impeachment” com base no artigo 39, inciso II, da Lei 1.079/50. Há duas semanas, o senador protocolou no Senado um pedido para afastar Moraes.

O pronunciamento do ministro foi a primeira reação pública às sanções impostas a ele pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky. A medida foi anunciada na última quarta-feira, no mesmo dia em que o governo Donald Trump confirmou tarifas mais altas para produtos brasileiros. Segundo Washington, as duas decisões respondem tanto a atos de Moraes contra empresas de tecnologia quanto ao processo contra Jair Bolsonaro.

Na sessão, que teve apoio público do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e do decano Gilmar Mendes, Moraes classificou as punições como tentativa de coação de um “grupo político motivado por interesses pessoais e por traidores da Pátria” — referência indireta a Bolsonaro e ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Moraes também chamou o grupo de “organização miliciana” responsável por “ameaças covardes” à Corte.

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Eduardo Bolsonaro está nos EUA desde o início do ano e declarou ter atuado a favor das punições. Ele também afirmou que Trump poderia rever as tarifas se houvesse, por exemplo, anistia aos réus da trama golpista.

Em sua manifestação, Moraes rebateu acusações de irregularidades no processo e disse que há “fartas provas” coletadas pela Polícia Federal. O ministro destacou que foram ouvidas 149 testemunhas de defesa e que todos os atos, incluindo os interrogatórios dos 31 réus, foram públicos, com registros em áudio e vídeo, respeitando o contraditório e a ampla defesa.

Flávio Bolsonaro, por sua vez, reforçou as críticas, acusando Moraes de agir de forma parcial, sem transparência e de promover “linchamentos públicos”.

Aline Pessanha é jornalista, com Pós-graduação em Marketing e Comunicação Integrada pela FACHA - RJ. Possui passagem pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, como repórter de TV e de rádio, além de ter sido repórter na Inter TV, afiliada da Rede Globo.