Deputadas de oposição vão protocolar um projeto de resolução para
Nessa terça-feira (11), o governador Zema e a secretária de Meio Ambiente, Marilia Melo, disseram à Itatiaia que vão extinguir o licenciamento ambiental para propriedades rurais de até 1.000 hectares para prática da pecuária extensiva ou cultivos de lavoura de soja, milho e café em Minas Gerais.
As declarações foram dadas diante de alguns dos maiores produtores rurais de Minas Gerais, parlamentares ligados ao agro e entidades que representam o setor.
Questionado por nossa reportagem, Zema disse que há “um certo exagero nas regras” ambientais em Minas Gerais.
‘Zema está do lado do desmatamento’
As parlamentares de oposição ao governo de Romeu Zema afirmam que ele estaria “do lado do desmatamento” e que ele tentaria se adiantar ao “PL da devastação”, que tramita no Congresso Nacional e flexibiliza regras para o licenciamento ambiental no Brasil.
“É mais uma sinalização do governo Zema de que está do lado do desmatamento, está do lado do aquecimento global e de uma tentativa de alinhamento com o que há hoje de maior retrocesso no Brasil que é o PL da devastação. O governador tenta se adiantar por meio de um decreto, posso chamar de ‘decreto do desmatamento’, para tentar agradar o setor do agro, mas colocando em risco o nosso cerrado, a nossa mata atlântica”, declara a deputado estadual Bella Gonçalves.
Ela ressalta que, junto à também deputada Beatriz Cerqueira, vai apresentar um projeto de resolução para tentar derrubar o decreto do governador. “Ele tem a ideia de abrir a porteira para todo tipo de desmatamento, afrontando órgãos ambientais como o Ibama. Minas Gerais caminha no retrocesso da defesa do meio ambiente. Vamos pressionar para tramitar esse projeto de resolução”, pontuou.
Para Beatriz Cerqueira, as mudanças no licenciamento ambiental promovidas por Zema são “uma permissão para o desmatamento”. “E é assustador como o governador do estado, aquele que deveria zelar por nossos territórios, é ele que se antecipa ao próprio PL da devastação que está no Congresso Nacional, dando esse recado para a sociedade: ‘pode desmatar geral, que aqui está permitido’”, conclui.