O governador Romeu Zema (Novo) afirmou que a ditadura militar, regime que comandou o país entre 1964 e 1985, é uma “questão de interpretação”.
Em entrevista ao jornal ‘Folha de S.Paulo’, Zema colocou em dúvida a existência do regime autoritário ao comentar a possibilidade de conceder um indulto ao ex-presidente Jair Bolsonaro caso seja eleito presidente no próximo ano.
“Não foram concedidos indultos a assassinos e sequestradores aqui, durante o que eles chamam de ditadura?”, afirmou Zema.
Em seguida, o governador foi questionado se ele não acredita que o regime militar foi uma ditadura e respondeu que “nunca aprofundou” no tema e que não é um historiador.
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Zema minimizou e citou a anistia a “sequestradores e assassinos”. Novamente questionado se ele considerava que a ditadura militar existiu no país, o governador afirmou: “Acho que é tudo questão de interpretação”.
“Eu prefiro não responder, porque acho que há interpretações distintas. E houve terroristas naquela época? Houve também. Então fica aí. Acho que os historiadores é que têm de debater isso. Eu preciso me preocupar, hoje, com Minas Gerais”, concluiu Zema.
Ditadura no Brasil
Entre 1964 e 1985, de acordo com os dados da Comissão Nacional da Verdade, 191 pessoas morreram e outras 210 desapareceram sob tutela do regime militar. Outros 33 desaparecidos tiveram seus corpos localizados posteriormente, num total de 434 pessoas.
Auditorias da Justiça Militar receberam 6.000 denúncias de tortura. Estimativas feitas depois apontam para 20 mil casos.