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Glauber Braga recorre à CCJ da Câmara contra cassação no Conselho de Ética

Defesa alega que o deputado sofre perseguição política e acusa o relator do processo de ser parcial na análise do caso

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ)

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) protocolou nesta terça-feira (22) um recurso à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) contra a decisão do Conselho de Ética que aprovou o relatório recomendando sua cassação. Ele é acusado pelo Partido Novo de quebra de decoro parlamentar por ter agredido o influenciador Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), em abril de 2024.

No recurso à CCJ, a defesa de Glauber alega que o deputado sofre perseguição política e acusa o relator do processo no Conselho de Ética, Paulo Magalhães (PSD-BA), de ser parcial na análise do caso.

“Mesmo sem conhecimento da completude dos fatos, sabendo apenas da versão lacunosa e descontextualizada do Representante [Partido Novo], sem que o contraditório tenha ocorrido, sem a instrução probatória, coleta de provas e apresentação de defesa técnica, o relator declarou publicamente e na sessão do Conselho de Ética que seu relatório deveria ser, como de fato o foi, pela penalidade ao Representado [Glauber]”, afirmam os advogados.

Segundo a defesa, a punição proposta é desproporcional e vai na contramão de outros casos em que parlamentares acusados de condutas mais graves não receberam a recomendação de perda do mandato.

“Assim, destrinchando a recomendação da aplicação da pena de cassação de mandato em razão da reação do deputado a uma reiteração de perseguição (stalking) e agressões verbais, verifica-se (pelo princípio da conformidade ou adequação) que a medida adotada – cassação do mandato - para a realização do interesse público – a preservação do decoro parlamentar – extrapola em muito de seus fins”, diz o recurso.

Em reação à aprovação do parecer pela cassação, Glauber iniciou uma greve de fome que durou oito dias. O protesto só foi encerrado após um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que deu um prazo de 60 dias para que o deputado se defenda das acusações antes de o processo ser votado no plenário da Casa.

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Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.