O Banco Central confirmou oficialmente, nesta quinta-feira (19), que a meta de inflação para 2024 não será cumprida. A informação consta no Relatório de Inflação do quarto trimestre, divulgado nesta manhã.
Nos últimos quatro anos, essa será a terceira vez que a meta de inflação é descumprida. A inflação superou o intervalo das metas em 2021 e 2022. Em 2023a inflação fechou o ano dentro da meta, mas a tendência voltou a se inverter em 2024.
De acordo com o documento divulgado nesta quinta-feira, a chance da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassar o teto do sistema de metas é de 100%. O limte é fixado em 3% com uma margem de 1,5 ponto percentual, podendo chegar a 4,5%.
Entre janeiro e novembro, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação acumulada foi de 4,29%. Para dezembro, a pesquisa Focus do Banco Central aponta uma projeção de alta de 0,58%, o que elevaria o IPCA anual para um patamar acima de 4,5%.
O descumprimento já havia sido sinalizado na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada nesta semana, em que o Banco Central estimou que o IPCA fechará o ano em 4,9%.
O que acontece agora?
Se a inflação ultrapassa o limite definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), considera-se que o Banco Central não cumpriu a meta.
Caso isso se confirme, o Banco Central é obrigado a comunicar sobre os motivos do descontrole da inflação, além de assinar uma carta aberta ao Ministro da Fazenda. Como os dados sobre a inflação de dezembro só se confirmam em janeiro, caberá ao atual diretor de política monetáriae futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a missão de assinar o documento e se justificar.
