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Após desistir de candidatura, Deltan Dallagnol diz que não considerou risco de ‘inelegibilidade’

Em BH, Deltan fez um discurso para os pré-candidatos do Novo em Minas e fez críticas ao Judiciário, sem citar nominalmente nenhum juiz.

Ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol teve seu registro de candidatura cassado pelo TSE

O ex-deputado e ex-coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, participou na tarde deste sábado (4) do encontro estadual do Partido Novo, em um centro de compras de Belo Horizonte, e explicou os motivos de ter desistido de se lançar como candidato à prefeito em Curitiba.

Cassado em maio de 2023, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entender que ele teria pedido exoneração do cargo de procurador do Ministério Público para escapar de um julgamento no Conselho Nacional de Justiça, Deltan afirma que poderia disputar a eleição de 2024 e que as decisões da Justiça Eleitoral no Paraná confirmaram a legalidade de sua candidatura.

“Desisti da minha candidatura porque posso fazer a diferença em outra área. Nós evoluímos para uma situação de corrupção sistêmica no Brasil para uma situação que não só temos esse mal no país, como temos a impunidade para este mal, mesmo quando ele é escancarado. Além disso, vemos uma crescente nos arbítrios judiciais e abusos do Judiciário, com censura e uma restrição indevida de liberdades”, afirmou Deltan.

“Tudo poderia acontecer, são especulações, mas hoje, o tribunal do Paraná já disse que eu estou elegível. A primeira e a segunda instância já tinham decidido a favor da minha elegibilidade. (A possibilidade de me tornar inelegível) Não foi uma questão determinante para minha decisão”, disse o ex-deputado federal.

Em março, após um questionamento feito pelo federação liderada pelo PT sobre o nome de Dallagnol ter sido incluído em pesquisas eleitorais, a Justiça do Paraná informou que ele não estava inelegível e por isso poderia sim ser considerado um pré-candidato.

Estratégia para 2026

Em BH, Deltan fez um discurso para os pré-candidatos do Novo em Minas e fez críticas ao Judiciário, sem citar nominalmente nenhum juiz. Segundo ele, para conseguir implementar mudanças estruturais no país, é preciso formar uma bancada “mais preparada” no Congresso em 2026.

“Para vencer os principais problemas do país dependemos de aumentar nosso espaço no Congresso Nacional. Embora as eleições para o Congresso sejam apenas em 2026, elas já começam agora em 2024. São os vereadores e prefeitos que vão ocupar a arena pública e vão chegar ao Congresso em 2026 e em 2030. Então, minha reflexão foi: acredito que posso fazer mais diferença viajando o país e apoiando uma série de pré-candidatos a prefeitos e a vereadores, para que eles alcancem posições e depois possam chegar ao Congresso”, afirmou Dallagnol.

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Editor de Política. Formado em Comunicação Social pela PUC Minas e em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já escreveu para os jornais Estado de Minas, O Tempo e Folha de S. Paulo.