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‘Solução mais segura para todos os candidatos’, justifica ministra sobre adiamento do CNU

Concurso Nacional Unificado aconteceria no domingo (5), mas, foi adiado nesta sexta-feira (3) pelo Governo Federal

A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck

O agravamento das condições ambientais e humanitárias em Porto Alegre e o avanço das chuvas sobre Santa Catarina impediram a realização do Concurso Nacional Unificado (CNU) inicialmente marcado para domingo (5), segundo justificou a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, nesta sexta-feira (3). O Governo Federal decidiu adiá-lo no início desta tarde após apelo do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e da análise das condições climáticas ambientais na região Sul do país.

“A conclusão à que chegamos hoje é que seria impossível realizar a prova, seja pelos locais de prova afetados, seja pela capacidade de segurança na realização das provas, seja pelo risco de vida para as pessoas envolvidas nesse processo”, detalhou a ministra. Cerca de dois milhões de brasileiros estão inscritos para participar do CNU; 80 mil deles realizariam a prova no Rio Grande do Sul e cerca de 20 mil pessoas participariam das ações de logística para distribuição dos exames e realização do concurso público.

A ministra acrescentou que a decisão de adiá-lo partiu de uma negociação entre o Governo Federal, a Advocacia-Geral da União e a Defensoria Pública da União (DPU). Dweck indicou que duas preocupações foram imprescindíveis para o adiamento da prova. A primeira era garantir condições iguais para todos os candidatos; o que, segundo a ministra, não seria possível se o concurso ocorresse no domingo ou se o cancelamento da prova afetasse apenas os municípios do Rio Grande do Sul.

“O governador desde sempre nos pedia um reforço e indicava os riscos de realizar a prova no Estado. A gente achava que poderia ter forças federais para garantir a aplicação, mas, revisamos o cenário…”, afirmou. “Para preservar a credibilidade do concurso para todos os candidatos e toda a concepção democrática dele desde o início”, acrescentou. “Essa é uma solução mais segura para todos os candidatos”, concluiu.

A segunda preocupação do Ministério da Gestão era com o agravamento da situação a cada hora; o Governo Federal não poderia prever em quais condições estarão os municípios gaúchos e catarinenses até a data de realização da prova.

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O que acontece a partir de agora?

Apesar do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, ter indicado nesta sexta-feira (3) que o adiamento do Concurso Nacional Unificado impactaria os cofres públicos em R$ 50 milhões, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, afirmou que não é possível precisar o prejuízo financeiro do cancelamento da aplicação da prova. “Não é baixo, mas, precisar o valor total dependerá das condições logísticas para realização da nova prova”, disse. Ela acrescentou que os recursos para a aplicação da prova em uma nova data sairão do orçamento da União. “Faremos um remanejamento para pagamento da prova. Existe o recurso e ele será remanejado”, completou. “O custo é baixo diante da importância de tomar essa decisão de adiar para garantir a segurança de todos os candidatos”, disse.

A ministra descartou a previsão de uma nova data para realização do concurso, mas, indicou que, neste momento, o Governo Federal atua para garantir a segurança das provas já impressas. Os documentos que estavam em deslocamento para os locais de prova serão devolvidos para as bases indicadas como seguras pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e ali devem ser mantidos até a nova data para evitar vazamentos.


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Repórter de política em Brasília. Na Itatiaia desde 2021, foi chefe de reportagem do portal e produziu série especial sobre alimentação escolar financiada pela Jeduca. Antes, repórter de Cidades em O Tempo. Formada em jornalismo pela Universidade Federal de Minas Gerais.