O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, criticou a direção do Instituto Cultural Filarmônica ao anunciar o cancelamento do contrato com a Codemig para a gestão compartilhada da Sala Minas Gerais.
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“Aqueles que são acusados de destruir a Filarmônica são os que a mantêm até hoje. E os que se colocaram à disposição para tentar salvar estão apanhando”, afirmou o empresário.
Roscoe afirmou que a Fiemg foi procurada para “socorrer” a Filarmônica, uma vez que a entidade enfrenta dificuldades econômicas. “No privado, me procuraram para pedir ajuda e falar das dificuldades. Mas, no público, ninguém aparece para falar. É um tratamento no privado e outro no público. Então, se o projeto não é bem-vindo, ao que parece, só servimos para pagar as contas”, afirmou.
Ele afirmou que os custos públicos com a Sala Minas Gerais chegam a R$ 20 milhões anuais e que o espaço passa cerca de um terço do ano sem uso.
“São feitos poucos eventos. Quem paga a conta dessa ineficiência? Os mineiros. Quem banca essa conta? O estado repassa R$ 20 milhões anualmente dos cofres públicos para a filarmônica. Uma entidade privada, além de arcar com parte do custeio da Sala Minas Gerais, e a Filarmônica arca com outra parte, mas estava com dificuldade de arcar com essas despesas”, afirmou Roscoe.
A Fiemg apresentou um distrato para o acordo que havia sido fechado no início do mês entre o Sesi Minas e a Codemig para a gestão compartilhada da Sala Minas Gerais.
Por meio de nota, o Instituto Filarmônica informou que “os R$ 19,5 milhões investidos pelo Estado na Filarmônica correspondem a 45% do orçamento total do ICF, ou seja, a complementação deste orçamento vem por meio dos esforços de captação de recursos em diferentes frentes”.
“A Filarmônica ocupa anualmente uma média de 270 dias, distribuídos entre ensaios, concertos de séries, concertos gratuitos e educativos, aulas e recitais da Academia Filarmônica, gravações de álbuns, estudos coletivos e individuais, audições, manutenções, locações para terceiros, além das salas administrativas e salas climatizadas para guarda de instrumentos, utilizadas ao longo de todo o ano”, diz a nota do instituto.