Belém. A assinatura de um acordo para arrecadar investimentos da ordem de R$ 5,4 bilhões para proteção da Amazônia encerrou a passagem dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Emmanuel Macron, da França, à cidade de Belém nessa terça-feira (26). Nas pouco mais de seis horas que permaneceram na capital paraense, o petista e o chefe de Estado europeu visitaram a Ilha do Combu e se reuniram com lideranças indígenas. Macron prometeu o apoio da França à proteção da região amazônica e Lula, em uma atípica fala curta, endossou que manterá o compromisso com a demarcação dos territórios indígenas e a redução do desmatamento.
O acordo firmado — apelidado Apelo de Belém — frisa o pacto entre Brasil e França pela proteção ambiental neste ano que antecede a realização da Conferência da ONU para as Mudanças Climáticas na capital do Pará. Entretanto, não há confirmação sobre a injeção do valor bilionário para investimentos na bioeconomia da Amazônia brasileira e da Guiana Francesa. O acordo assinado prevê apenas um programa para fomentar investimentos públicos e privados nesse setor nos próximos quatro anos — no documento, o valor especificado é € 1 bilhão, o que corresponde aos R$ 5,4 bilhões na cotação desta quarta-feira (27).
No documento, os países indicam que o programa inclui uma parceria técnica e financeira entre bancos públicos brasileiros e a Agência Francesa de Desenvolvimento. Pelo lado do Brasil são citados o Banco da Amazônia (Basa) e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Este último, inclusive, intensificou nos últimos meses a injeção de recursos no Pará. Há cinco meses, em outubro, o presidente do banco, Aloizio Mercadante, e o governador Helder Barbalho (MDB-PA), acertaram um plano de investimentos da ordem de R$ 3,2 bilhões para a preparação de Belém para a COP30. O valor em crédito será usado para estruturação urbana da capital paraense.
Enviada especial a Belém.