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Polícia Militar recebe denúncia de invasão a Fundação Caio Martins

Moradores e funcionários afirmam que grupos indígenas estariam ocupando instalações da Fucam

Uma das sedes da Fucam fica em Esmeraldas, na Grande BH

Nesta quinta-feira (3), a Polícia Militar (PM) foi acionada para apurar a denúncia de invasões na Fazenda Santa Tereza, unidade da Fundação Caio Martins (Fucam) situada no município de Esmeraldas, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Moradores e funcionários da fundação entraram em contato com a reportagem da Itatiaia afirmando que hoje, data em quem a Fucam comemora 75 anos, foram surpreendidos por uma nova invasão e que estariam sofrendo ameaças.

Daniela Cassiano foi funcionária da Fucam por mais de 20 anos e afirma que as invasões acontecem há mais de sete anos, reforçando que a situação deixa os moradores inseguros. "É necessário fazer algo para que a gente tenha segurança. Hoje, invadiram outro prédio, ameaçam tirar todos os moradores e invadir todas as casas do centro, diz.

Em entrevista à Itatiaia, a cacique Marinalva, uma das apontadas como invasoras, negou que o grupo tivesse chegado hoje. Ela afirmou que o grupo, composto por pouco mais de 90 pessoas de seis povos indígenas, chegou à fundação em 2016. A cacique também declarou que essas mesmas pessoas estariam mudando de casas devido ao alagamento causado pelas chuvas no casarão em que residiam, devido ao estado precário da construção. Ela disse ainda que ocuparam espaços que estavam vazios

Em contrapartida, moradores e trabalhadores da Fucam reforçam que os espaços não estão ociosos e que estão sem atividade devido às férias escolares. A ex-funcionária, Daniela Cassiano, denuncia que o aparato técnico da fundação está exposto. “O prédio invadido hoje funciona como oficina pedagógica. Dentro deste prédio existem as oficinas de música, de esporte e sala de reuniões. O outro prédio [invadido] sediam o curso em apicultura e o curso técnico em agropecuária. Desta forma, todos os aparelhos, todos os equipamentos que são patrimônio da escola estão dentro destes prédios”, desabafa.

Fundada em 1948, a Fundação é responsável por oferecer a jovens em situação de vulnerabilidade social suporte educacional e atividades de formação voltadas para a redução da pobreza no campo. Seus centros educacionais estão distribuídos por seis municípios: Esmeraldas (RMBH), Riachinho (Noroeste de Minas), Buritizeiro, São Francisco, Januária e Juvenília, estes últimos na região Norte.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a assessoria da Fucam. Confira nota na íntegra:

A Fundação Educacional Caio Martins (Fucam) informa que um prédio da instituição de ensino localizado em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, foram ocupados por indígenas, no último dia 1º de janeiro.
A Polícia Militar está no local desde a data da ocupação, em diálogo com os indígenas, e segue acompanhando a situação. No momento, está ocupado no Centro Educacional, a recepção, local usado para reuniões e para armazenar alimentos durante a reforma da unidade. Por causa da ocupação, todas as atividades realizadas na unidade da Fucam em Esmeraldas durante o período de férias de janeiro estão paralisadas, incluindo a produção de alimentos e as aulas de apicultura.
A Mesa de Diálogo do governo de Minas, atualmente coordenada pela Secretaria da Casa Civil, também acompanha o caso.

Repórter de Política Nacional e Internacional na rádio Itatiaia. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pós-graduanda em Comunicação Governamental na PUC Minas. Sólida experiência no Legislativo e Executivo mineiro. Premiada na 7ª Olimpíada Nacional de História do Brasil da Universidade de Campinas.
Cursou jornalismo no Unileste - Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012 se mudou para a Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.