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Governo prepara nova tentativa de concessão da BR-381 para o primeiro semestre de 2024

Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, nova tentativa de concessão da ‘rodovia da morte’ deverá contar com edital mais ‘atrativo’ para as empresas interessadas

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O governo federal espera lançar, ainda no primeiro semestre de 2024, um novo edital para a concessão da BR-381, conhecida como ‘rodovia da morte’, em Minas Gerais. A expectativa foi relevada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, que se reuniu com parlamentares da bancada mineira nesta quarta-feira (06), na Câmara dos Deputados.

A primeira tentativa de concessão da rodovia, no mês passado, precisou ser adiada por falta de empresas interessadas. Entre os pontos que afugentam os investidores estão a complexidade da obra de duplicação da rodovia, que depende da desapropriação e o reassentamento de cerca de 800 famílias, além de riscos geológicos para o alargamento da pista.

Segundo o ministro, a intenção é que a nova tentativa de concessão preveja um edital mais ‘atrativo’ para as empresas interessadas em investir e administrar a rodovia.

“A BR-381 é a rodovia mais complexa do Brasil do ponto de vista de obras de infraestrutura de construção civil, por conta do risco geológico. Então o que eu tenho defendido é que, se tem risco alto, tem que ter uma atratividade alta também, senão isso afugenta o investidor privado, principal em um país com a taxa de juros alta”, explica Renan Filho.

A previsão do ministro é que o leilão seja retomado, sob um novo formato, ainda no primeiro semestre de 2024. Para isso, o Ministério trabalha em conjunto com o Congresso Nacional e também com o Tribunal de Contas da União.

“Eu já comuniquei a todos, ao presidente do Senado [Rodrigo Pacheco], ao Ministro Anastasia [do Tribunal de Contas das União] e ao próprio presidente Lula, que eu fiquei extremamente constrangido, e não falo isso com receito nenhum, eu fiquei constrangido mesmo que a gente levou a leilão e não teve atratividade. Eu acho que a gente tem que perseverar, levar a leilão no próximo semestre e conseguir conceder a 381”, revelou.

Uma das alternativas sugeridas pelo ministro é a realização das obras mais complexas com recursos do acordo para reparação dos danos causados pela Samarco em Mariana. Outra seria o aporte de recursos da União em investimentos prévios ao leilão, o que não foi descartado pelo ministro.

O Ministério dos Transportes tinha uma expectativa de que a iniciativa privada investisse R$ 10 bilhões ao longo dos 30 anos de duração do contrato. O edital previa, ainda, que a empresa selecionada seria aquela que apresentasse menor valor de cobrança da tarifa de pedágio.

Supervisor da Rádio Itatiaia em Brasília, atua na cobertura política dos Três Poderes. Mineiro formado pela PUC Minas, já teve passagens como repórter e apresentador por Rádio BandNews FM, Jornal Metro e O Tempo. Vencedor dos prêmios CDL de Jornalismo em 2021 e Amagis 2022 na categoria rádio