O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira (19) deu destaque para novas ações de proteção da Amazônia e combate ao desmatamento na região. De acordo com o presidente, nos últimos oito meses, o desmatamento na Amazônia brasileira já foi reduzido em 48%. “Somos 50 milhões de sul-americanos amazônidas, cujo futuro depende da ação decisiva e coordenada dos países que detêm soberania sobre os territórios da região. No Brasil, já provamos uma vez e vamos provar de novo que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível”, afirmou.
Além da Amazônia, o incentivo a transição energética foi tema central no discurso do Brasil na ONU. Lula defendeu o potencial do país para a produção de hidrogênio verde. “Estamos na vanguarda da transição energética, e nossa matriz já é uma das mais limpas do mundo. 87% da nossa energia elétrica provem de fontes limpas e renováveis. A geração de energia solar, eólica, biomassa, etanol e biodiesel cresce a cada ano”, ressaltou o presidente.
O presidente também fez questão de afirmar que as populações vulneráveis do Sul Global são as mais afetadas pelas perdas e danos causados pela mudança do clima. E advertiu - se referindo aos 10% mais ricos da população mundial - que eles têm responsabilidade por quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera. Momento em que Lula cobrou a participação e contribuição financeira desses países. “Sem a mobilização de recursos financeiros e tecnológicos não há como implementar o que decidimos no Acordo de Paris e no Marco Global da Biodiversidade. A promessa de destinar 100 bilhões de dólares – anualmente – para os países em desenvolvimento permanece apenas isso, uma promessa”. Lula concluiu afirmando que os recursos anunciados não são suficientes para uma demanda que se aproxima dos trilhões de dólares.