O governador Romeu Zema (Novo) elogiou a ajuda de Jair Bolsonaro (PL) a Minas Gerais durante o governo do ex-presidente e sugeriu que a relação do governo Lula com o estado é apenas “por obrigação”. O discurso ocorreu durante a cerimônia de
Segundo Zema, ao longo do processo de redemocratização, as demandas históricas de Minas Gerais junto ao governo federal se tornaram “eternas promessas” e a interpretação convencional foi de que isso se deu por um desalinhamento político entre o governante e o presidente da vez.
“Ao longo dos quatro anos do governo Bolsonaro, trabalhei para retomar o respeito do Brasil por Minas e posso afirmar que tivemos muito avanços. Nesses quatro anos, as portas dos ministérios dos governos Bolsonaro estiveram abertas. Éramos ouvidos, não como quem cumpre uma obrigação, mas com a atenção de quem quer de fato alcançar soluções”, disse Zema, em uma aparente referência a posição do governo Lula de que é para tratar todos os governadores de forma igual, independentemente de partidos políticos.
O governador também fez uma crítica às gestões de Dilma Rousseff (à frente da Presidência entre 2011 e 2016) e de Fernando Pimentel (que o antecedeu, no período de 2015 a 2018).
“Ao longo do processo de redemocratização, Minas Gerais foi, aos poucos, sendo deixada de lado. E as demandas históricas que dependiam de Brasília, se transformaram em uma eterna promessa. Se convencionou dizer que o motivo era um suposto desalinhamento político de quem governava esse estado com quem estava na Presidência. Porém, mesmo quando houve alinhamento, Minas permaneceu sem relevância”, afirmou Zema em seu pronunciamento, ao dizer que uma das marcas de sua gestão foi tratar os prefeitos de forma igual.
Zema citou como exemplo de medidas de Bolsonaro para Minas a destinação de R$ 2,8 bilhões para a construção da linha 2 do metrô de Belo Horizonte, a ajuda financeira para o enfrentamento à pandemia da Covid-19, a criação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) e o envio de recursos para reforma do Hospital Regional de Ipatinga.
Na cerimônia, que contou com a presença apenas de apoiadores, Bolsonaro destacou o incentivo de seu governo à exploração de lítio no Vale do Jequitinhonha e a busca da cota 762 para o Lago de Furnas, no Sul de Minas.
“Quero apenas uma coisa: se Deus me der força, enquanto ela estiver, eu possa colaborar com o futuro do meu país. Estou muito feliz com essa comenda, feliz ao lado dessa pessoa humilde que é o nosso governador Romeu Zema e feliz ao lado do povo mineiro, berço da liberdade”, discursou o ex-presidente.
Outras demandas históricas de Minas, que não foram resolvidas por diversos governos, também passaram pela administração de Bolsonaro sem solução. São os casos, por exemplo, da duplicação da BR-381 e a construção da barragem de Jequitaí, no Norte de Minas.
As obras foram incluídas a pedido do governo Zema no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula (PT). Porém, a relação do governador com o governo federal ainda é distante. Em campos políticos opostos, as reuniões com ministros em Brasília são raras e, quando eles vêm a Minas Gerais, não visitam oficialmente o governador na Cidade Administrativa, como mostrou a Itatiaia.
A melhor relação de Zema é com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), que durante o período da transição foi o responsável por garantir que o leilão da concessão do metrô de Belo Horizonte não fosse suspenso, como desejavam deputados petistas. Há duas semanas, em uma agenda ao lado de Alckmin em Sete Lagoas, Zema convidou Lula para vir a Minas Gerais. Até o momento, o governador se encontrou com o presidente da República apenas em duas reuniões em Brasília, ao lado dos chefes dos demais 25 estados e do Distrito Federal.